Sindicatos reafirmam, em ato na Câmara dos Deputados, importância da Caixa 100% pública

Centenas
de bancários de todo o país ocuparam a Câmara dos Deputados, nesta
quarta-feira, dia 25, e realizaram um grande ato em defesa da
manutenção da Caixa 100% pública. O objetivo da manifestação foi
ampliar o movimento contra a abertura de capital da Caixa, não
apenas no Congresso Nacional, mas também nas assembleias
legislativas, prefeituras e demais segmentos da sociedade.

“A
Caixa é muito importante para o Brasil e para os brasileiros, não
vamos deixar vendê-la”, afirmou a presidenta do Sindicato,
Jaqueline Mello, que representou Pernambuco no ato, em Brasília,
junto com a secretária de Comunicação do Sindicato, Anabele Silva;
o secretário de Formação, João Rufino; os delegados sindicais
Dinarte Pereira e Ísis Monteiro; e o presidente da Apcef-PE
(Associação do Pessoal da Caixa), Paulo Moretti.

Durante
o ato, o movimento sindical criou um
comitê em defesa da manutenção da Caixa 100% pública. A ideia é
unificar e fortalecer as ações contra a proposta de abertura de
capital do banco. A coordenação do comitê já
agendou a primeira reunião. Será no dia 6 de março, com a
participação de representantes da Fenae, da Contraf-CUT
e das quatro centrais sindicais. O objetivo é debater e elaborar um
calendário com novas mobilizações, no sentido de unificar e
fortalecer o movimento.

>> Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa agita o país nesta sexta


O Ato em
Brasília –
O
Ato em Defesa da Caixa 100% Pública, na Câmara dos Deputados,
contou com debates e apresentações sobre a situação do banco,
além da definição de estratégias contra qualquer tentativa de
abertura de capital.

Os trabalhos, comandados por Fabiana
Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados, foram
iniciados com uma manifestação de repúdio ao deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), presidente da Casa, pela demora na definição do
local do evento, apesar do pedido ter sido feito com antecedência de
mais de um mês pela deputada Érika Kokay (PT-DF), que é empregada
da Caixa.

Ao abrir as discussões, Fabiana Matheus ressaltou
que o momento é propício para a mobilização em defesa do caráter
público da Caixa Econômica Federal. “Há uma tendência do
mercado de querer impor uma visão neoliberal nas políticas do
governo federal. Os mais de 100 mil empregados, os demais
trabalhadores e a sociedade brasileira não vão deixar que vendam um
percentual sequer do banco”, declarou.

O técnico do Dieese
Felipe Miranda traçou um panorama geral sobre a situação da Caixa
Econômica Federal e de seu papel social. Ele afirmou que o DNA do
banco é de volta às origens, dado que a instituição cobre
interesses das classes sociais de baixa renda e dos trabalhadores,
com destaque para o FGTS. “Isto torna a empresa completamente
diferente das demais instituições, cujo foco é a obtenção de
lucro com o menor custo possível”, ressaltou. Ele afirmou também
que, das cinco maiores empresas estatais do Brasil, o banco apresenta
a maior média percentual de distribuição de dividendos do Tesouro
Nacional nos últimos 10 anos, não havendo qualquer necessidade de
abertura do capital para gerar recursos à União.

Para a
deputada Erika Kokay, que é empregada do banco, defender a empresa
100% pública é defender o patrimônio brasileiro. “A Caixa é
muito valiosa para o povo. Portanto, que não toquem nesta empresa,
que é a principal articuladora das políticas públicas que mudaram
a história do nosso país, sobretudo nos últimos 12 anos. Com nossa
mobilização, não vamos permitir que esta instituição tenha seu
capital aberto”, declarou.

Manifesto
Ao final
do evento na Câmara dos Deputados, foi aclamado o manifesto “A
Caixa não se vende”. O texto, assinado por Fenae, Contraf, CUT,
CTB, Intersindical e CSP-Conlutas, destaca que “os clientes
depositam nessa instituição secular suas esperanças e seus sonhos”
e que “só a Caixa 100% pública pode ser uma ferramenta para o
Estado brasileiro atuar no mercado financeiro no sentido da
diminuição dos juros e do spread bancário”.

O manifesto
diz ainda: “Vender o patrimônio do povo brasileiro para fazer
superávit primário para pagar juros ao sistema financeiro é um
filme que já vimos. Sabemos onde vai dar esse caminho equivocado:
demissão, arrocho e, por fim, privatização, como ocorreu com os
bancos estaduais no passado, sem que isso representasse uma solução
duradoura para o Estado brasileiro”. E finaliza: “A inclusão
social, o acesso à moradia, o planejamento urbano, enfim, todos
esses valores que conferem dignidade ao povo brasileiro e que são a
razão de ser da Caixa são valores inegociáveis. A Caixa é do
povo. A Caixa não se vende”.

Frente
Parlamentar –
Vários
parlamentares prestigiaram o evento na Câmara. O deputado federal
Daniel Almeida (PCdoB-BA) anunciou que já está coletando
assinaturas para formar uma Frente Parlamentar em Defesa da Caixa
100% Pública. “Não é tolerável se tente abrir o capital no
momento em que o banco está em ampla expansão. A Caixa já sofreu
outros ataques, e os empregados e a sociedade resistiram. Seremos
capazes, mais uma vez, de evitar esse risco para o Brasil e para os
trabalhadores”, enfatizou o parlamentar.

Também
participaram do ato a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) e os deputados
federais Luiz Couto (PT-PB), Assis Carvalho (PT-PI), Chico Lopes
(PCdoB-CE), Daivdson Magalhães (PCdoB-BA) e Luciana Santos
(PCdoB-PE). Todos foram unânimes em defender a importância da Caixa
continuar 100% pública, sempre a serviço do Brasil e dos
brasileiros, e devem integrar a Frente Parlamentar que está sendo
criada. 

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