Chamadas pelas centrais sindicais de “pacote de maldades”, as Medidas Provisórias 664 e 665, que planejam endurecer e dificultar o acesso do trabalhador ao seguro desemprego, pensão por morte, auxílio doença e abono salarial, sofrem pressões na Câmara e no Senado.
Já há uma grande pressão de líderes do PT para que o governo reveja os cortes anunciados logo na posse da nova equipe econômica. Das 435 emendas propostas, 66 são de parlamentares do partido.
O senador pelo Rio de Janeiro Lindbergh Farias argumentou que o governo não pode entrar em conflito com as centrais sindicais e que deveria equilibrar a balança “para que os ricos paguem essa conta”.
Farias apresentou cinco emendas às MPs, entre elas, a criação de novas alíquotas para o Imposto de Renda e revogação da isenção da cobrança do IR sobre lucros e dividendos e remessas para o exterior.
O deputado federal e ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vicentinho, apresentou uma emenda que mantém as regras atuais para o pagamento de pensões no caso de morte por acidente ou doença relacionada ao trabalho. A MP acaba com o benefício vitalício para cônjuges até 35 anos.
Além disso, a senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffman (PT-PR) alegou que as alterações merecem um debate mais amplo com a sociedade. Há, inclusive, pressões para que o governo apresente uma proposta de taxação das grandes fortunas por meio de um projeto de lei complementar.