Os
três principais bancos privados do país divulgaram, nos últimos
dias, os lucros obtidos em 2014. O lucro líquido no Itaú foi R$
20,6 bilhões (30,2%
a
mais que em
2013);
o Bradesco, R$ 15,08 bilhões (25%
a
mais);
e o Santander, R$ 5,8 bilhões (1,8%
a
mais).
Os excelentes rendimentos dos bancos destoam da realidade enfrentada
pelos funcionários e clientes dos bancos.
Por
isso mesmo, esta
quinta-feira, dia 5, foi mais um dia de luta por melhores condições
de trabalho, para os bancários, e de atendimento, para os clientes
dos bancos. As mobilizações aconteceram em agências do Itaú,
Bradesco, Santander, HSBC, Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste
(BNB), localizadas em Jaboatão dos Guararapes.
>> Veja a galeria de fotos do Dia de Luta
O secretário
de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, explica que o ato faz
parte do calendário de Mobilização Permanente da entidade, que
visa a garantir o diálogo constante com os bancários e a população.
“Denunciamos a falta de investimento dos bancos que, mesmo com
lucros tão altos, não investem o suficiente em segurança, melhores
condições de trabalho e contratações. Contamos com a participação
da população que apoiou nossas reivindicações”, conta
Geraldo.
Em clima de carnaval, acompanhados por uma orquestra
de frevo, diretores do Sindicato e clientes das agências cantaram
uma paródia do Hino da Pitombeira sobre a desvalorização da
categoria bancária pelas instituições financeiras.
A
secretária de Bancos Públicos do Sindicato, Daniella Almeida,
ressalta que o quadro de funcionários, nos bancos públicos, também
é insuficiente para atender as suas demandas crescentes. “Não há
demissão, mas a defasagem de funcionários é enorme. Empregados
se desligam, todos os dias, desses bancos por aposentaria e por
outros motivos, e não há contratações, na mesma proporção”,
afirma.
Daniella conta que o BNB e a Caixa estão em processo
de ampliação da rede, mas as novas agências já estão sendo
abertas com número de funcionários inferior à necessidade. A
secretária acrescenta o número de funcionários da Caixa não
acompanhou, também, a expansão dos serviços oferecidos à
população pelos programas sociais do governo federal.
“Hoje,
conversamos, mais uma vez, com os clientes sobre as dificuldades
enfrentadas pela categoria, pois, quando eles não são atendidos da
forma como gostariam, é comum responsabilizarem os bancários.
Lembramos aos clientes que os funcionários também são vítimas
dessa situação”, ressalta a diretora do Sindicato.
Em
casos em má atendimento nas agências bancárias, em desrespeito ao
Código do Consumidor, a população pode fazer denúncias ao Procon,
pelo telefone 0800
28 21 512 .
“Essa é uma forma de pressionar os bancos a cumprirem a legislação
e a contratarem mais funcionários, para oferecer serviço de
qualidade à população”, afirma Daniella.
Segurança –
A agência do Santander visitada, nesta quinta-feira, foi assaltada,
mais uma vez, no último dia 30 (leia
aqui).
O diretor do Sindicato Carlos Alberto conta que ocorreram dois
assaltos e dois arrombamentos, nessa agência, nos últimos oito
meses. Ele explica que a reincidência evidencia que as antigas
reivindicações da categoria quanto à segurança bancária precisam
ser atendidas.
“Há
anos, reivindicamos porta com detectores de metais, antes do
autoatendimento; vidros blindados; e guarda das chaves por empresas,
para garantir segurança de funcionários que têm sido alvo de
sequestros”, afirma Carlos.
Caixa
100% pública –
Na perspectiva de manter o diálogo constante com a população, o
Sindicato convida a todos para participar do seminário
sobre os impactos da abertura de capital da Caixa (leia mais). O
evento ocorrerá no próximo dia 10 de fevereiro, às 19h, no
auditório da entidade (Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista,
Recife).
Participarão do debate a professora da UFPE Tânia
Bacelar, que é economista e socióloga; a deputada estadual do PT,
Teresa Leitão; e os representantes dos trabalhadores no Conselho de
Administração da Caixa, Fernando Neiva e Maria Rita Serrano.