O
Sindicato participou, na manhã desta quarta-feira (28), do Dia
Nacional de Luta em Defesa dos Empregos e Direitos, convocado
pelas centrais sindicais. No Recife, a mobilização ocorreu na
Avenida Agamenon Magalhães, onde está localizada a Superintendência
Regional do Trabalho e Emprego de Pernambuco.
A edição pelo
governo federal das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, que reduzem
direitos referentes ao seguro-desemprego, abono salarial (PIS-Pasep),
seguro-defeso, auxílio-reclusão, pensões, auxílio-doença,
motivou
a
realização do Dia Nacional de Luta.
Durante
o ato, diretores
do Sindicato ressaltaram que direitos trabalhistas conquistados
precisam ser assegurados, no governo Dilma. Segundo
a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, as MPs foram editadas sem
qualquer discussão com o movimento sindical e, em nome da categoria
bancária de Pernambuco, reivindica que Dilma honre seu compromisso
de defender os trabalhadores.
“Somos
contra essas MPs, que prejudicam os trabalhadores. Essa pauta do
governo federal vai na contramão do que defendemos durante a
campanha presidencial, em apoio à reeleição da presidenta Dilma”,
afirma Jaqueline.
O presidente da Confederação Nacional do
Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, que participou do ato
nacional no Recife, reforçou que as reivindicações dos
trabalhadores são muito diferentes do que o governo está propondo
para o país.
“Queremos a redução dos juros. Defendemos
uma reforma tributária, para financiar as políticas públicas com a
taxação das grandes fortunas, e crescimento econômico com
distribuição de renda. Para isso, é fundamental a defesa dos
bancos públicos, em especial da Caixa 100% pública”, afirmou
Carlos.
>> Confira a galeria da manifestação do Dia Nacional de Luta no Recife
Convenção
158 da OIT –
A secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues,
relembra a importância de fortalecer uma reivindicação antiga da
categoria bancária:a ratificação da Convenção 158 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe a demissão imotivada em
empresas lucrativas.
A Convenção 158, se fosse ratificada
pelo Brasil, coibiria a famosa rotatividade nos bancos. “Todos
sabem que é muito comum os bancos demitirem funcionários antigos,
que possuem salários mais altos, para contratar funcionários novos,
com salários mais baixos. Isso não pode continuar assim”, afirma
Suzineide. “Em vez de restrição de direitos, queremos construir
mais conquistas para os trabalhadores com a presidenta Dilma”,
completa.
Essa Convenção vigorou no Brasil apenas por alguns
meses, durante o governo Itamar Franco, mas foi revogada por Fernando
Henrique. Lula, em negociação com as centrais sindicais, enviou a
Convenção para o Congresso aprovar, mas até agora a matéria não
caminhou no legislativo.
Caixa
– A
manutenção
da Caixa 100% pública também foi tema das reivindicações do
Sindicato, no ato desta quarta-feira. Em dezembro, veículos de
comunicação noticiaram a possibilidade de o governo federal abrir o
capital da Caixa. A categoria bancária é contra a abertura e cobra
da presidenta Dilma o fortalecimento dos bancos públicos que ela,
também, defendeu durante a campanha presidencial.
Em Carta
Aberta aos Trabalhadores dos Bancos Públicos Federais, publicada em
outubro, Dilma afirmou: “tenho confiança de que estamos no caminho
certo em nosso compromisso com o fortalecimento dos bancos públicos,
que são indispensáveis para a economia brasileira e um patrimônio
da sociedade”.
“Nos
próximos dias, lançaremos uma campanha específica para pressionar
o governo e enterrar essa ideia de abrir o capital da Caixa. A Caixa
é o único banco 100% público do país, responsável pelas
principais políticas sociais do governo federal, como o
bolsa-família, e os financiamentos, como o Minha Casa, Minha Vida”,
afirma Jaqueline. “Se o banco abrir seu capital, os novos
acionistas vão buscar maiores lucros, colocando em segundo plano o
papel social da empresa”, finaliza a presidenta do Sindicato.