Sindicato participa de seminário sobre os impactos da abertura de capital da Caixa

O Sindicato participou
nesta quinta-feira, dia 22, do seminário “Os impactos da abertura
de capital da Caixa para os trabalhadores, a sociedade e as políticas
públicas”, promovido pelo Sindicato do Ceará, em Fortaleza. Com o
auditório lotado, o evento reuniu entre os debatedores o
representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da
Caixa, Fernando Neiva, e o representante da OAB/CE, Bruno Queiroz.

Todos os participantes foram unânimes em defender a Caixa
100% Pública, pela importância de se ter um banco que dá
lucratividade e ainda investe no desenvolvimento do país e no
atendimento às camadas mais carentes da sociedade.

“Foi um
debate bastante enriquecedor e vai nos ajudar a ampliar a mobilização
contra a abertura de capital da Caixa”, comenta a secretária de
Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues. “A Caixa é muito
importante para os brasileiros, é um grande instrumento de políticas
sociais e não pode ser vendida”, completou.

Para a
secretária de Comunicação do Sindicato e empregada da Caixa,
Anabele Silva, a luta para manter a Caixa 100% pública tem sido uma
das prioridades dos sindicatos nestes início de ano. “Aqui em
Pernambuco, já realizamos diversas reuniões e protestos, junto com
os bancários. Nos próximos dias, vamos intensificar a luta com o
lançamento de uma campanha específica”, diz.

Além de
Suzineide e Anabele, representaram Pernambuco no Seminário os
diretores do Sindicato Alan Patrício e Geraldo Times, além de Tereza Souza, diretora da Fetrafi-NE.

Ameaça
ao papel social
– “A declaração da presidenta Dilma no
final de 2014 chocou os empregados da Caixa, pois o que esperávamos
eram medidas para valorizar o papel do banco”, explicou o
representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da
Caixa, Fernando Neiva. “A abertura de capital é muito prejudicial
à sociedade, e principalmente, aos empregados, porque a visão do
capital é somente o lucro. Agora, uma coisa eu garanto: serei
radical na defesa da Caixa 100% pública. Mas todos os empregados
devem se engajar nessa luta. Não podemos ter medo. É preciso
firmeza, coragem para vencer mais esse desafio que se impõe à CEF
nesse momento”, concluiu.

Futuro do banco em jogo –“Esse
debate não é meramente corporativo, mas envolve o futuro da
economia brasileira. Não faz sentido o governo ter dois bancos
atuando da mesma maneira, com economia mista, e isso pode culminar
com o encerramento das atividades da Caixa”, destacou o presidente
do Sindicato da Bahia, Augusto Vasconcelos. Ele enfatizou que no
início do primeiro governo Dilma, a Caixa foi um banco estratégico,
que reduziu o spread bancário, forçando a baixa dos juros e
aumentando o volume de crédito no País. “É preciso nacionalizar
essa luta em defesa da Caixa. A classe trabalhadora tem de se
levantar de maneira organizada e se mobilizar nesse sentido”,
alertou.

Ataque à sociedade – Segundo Bruno Queiroz,
a OAB/CE enxerga essa intenção do governo federal como um ataque a
toda a sociedade brasileira. Ele lembrou que a Caixa foi criada,
ainda no Império, para fazer políticas públicas e sociais, e não
pode agora perder esse papel. “A Caixa sobreviveu a um processo de
desmonte na década de 90 e de 2003 para cá reviveu e resgatou seu
poderio. É como se um time desenvolvesse um atleta, fizesse com que
ele atingisse todo o seu potencial e depois o entregasse a outra
equipe. Não faz sentido nenhum essa abertura de capital”,
disse.

Patrimônio do povo – Ao final, o presidente
do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra,
anunciou que a entidade deve continuar a luta em unidade com todas as
entidades representativas dos empregados, enfatizando a defesa pela
Caixa 100% Pública e de seu papel importante no desenvolvimento do
Brasil. “Nós temos que deixar claro que a Caixa é um patrimônio
do povo brasileiro. Não há, na verdade, qualquer documento oficial
falando da abertura de capital, além da declaração da presidente
Dilma, mas nós temos de nos mobilizar já, pois se isso se
concretizar os mais prejudicados serão os brasileiros mais pobres,
os trabalhadores e os empregados da Caixa, pois o mercado financeiro
não tem interesse em políticas públicas. Vamos mobilizar todos os
sindicatos, movimentos sociais, a sociedade civil organizada para
evitar que essa iniciativa vá adiante”, finalizou.

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