No aniversário da Caixa, Sindicato e bancários se unem em defesa do banco

No
aniversário de 154 anos da Caixa, comemorado nesta segunda-feira
(12), Sindicato e bancários uniram-se em defesa do banco 100%
público. Em dezembro, veículos de comunicação noticiaram que o
governo federal estuda a possibilidade de abrir o capital da Caixa. O
Sindicato se contrapõe à proposta e, com o apoio da categoria, luta
pelo fortalecimento do banco público.

Nesta
segunda-feira, diretores do Sindicato visitaram agências e
departamentos da Caixa, no Recife, e conversaram com os bancários
sobre a importância de o
banco
manter-se sob o poder exclusivo do Estado.

Em
Carta Aberta aos Bancários, publicada em outubro, Dilma havia
reforçado seu compromisso com a categoria de fortalecer os bancos
públicos. A
presidenta da Sindicato, Jaqueline Mello, conta que os bancários
estão dispostos a cobrar o cumprimento desse compromisso, motivados
por questões que vão muito além do corporativismo.

“Os
empregados da Caixa, inclusive os que trabalham em setores
estratégicos, como a gerência de habitação, de governo e de FGTS
(áreas essenciais para implementação políticas públicas do
governo federal), compreendem a função social da Caixa e
reivindicam que o banco continue 100% público”, afirma
Jaqueline.

O
secretário de Assuntos Jurídicos do
Sindicato,
Justiniano Júnior, explica que a abertura do capital enfraqueceria a
atuação da Caixa, que é protagonista na implementação das
principais políticas públicas do governo federal. “Em caso de
abertura do capital, os acionistas privados, naturalmente, buscariam
maiores lucros e colocariam em segundo plano o papel social da
empresa. Os programas sociais implementados com o apoio da Caixa
beneficiam milhões de brasileiros”, afirma.

A secretária
de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, completa que os
trabalhadores e clientes da Caixa, também, seriam prejudicados.
“Interesses privados seriam atendidos em detrimento dos direitos
trabalhistas e da qualidade na prestação dos serviços”,
ressalta.

As
principais preocupações dos empregados da Caixa, segundo a
secretária de Comunicação do Sindicato, Anabele Silva, em relação
à abertura de capital são: “a precarização das condições de
trabalho; o aumento da competitividade com outros bancos e o,
consequente, aumento das metas; a perda da papel social do banco; e a
brecha para privatizá-lo”.

A
secretária de Bancos Públicos do Sindicato, Daniella Almeida, conta
que uma
reunião com representantes dos empregados da Caixa de todo país
está prevista para o final de janeiro. “Nesse encontro, será
estabelecido o calendário anual de luta em defesa da Caixa 100%
pública. A ideia é engajar toda a população brasileira, nessa
luta”, diz.

A
Fenae (Federação
Nacional do Pessoal da Caixa) e
Contraf (Confederação
Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), assim
como outras entidades representativas dos trabalhadores, também, são
contrárias à abertura do capital da Caixa.

Boato
Enquanto
o Sindicato passava pelas agências e departamentos da Caixa, muitos
bancários estavam assustados por causa de um e-mail com um “decreto”
da presidenta Dilma autorizando a abertura do capital da Caixa.

“O
e-mail é falso, uma montagem, sem a fonte de informação. É
importante que neste momento os bancários procurem informações em
fontes confiáveis, como o site do Sindicato”, destaca Anabele.

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