A
Caixa comemora nesta segunda-feira, dia 12, seu aniversário de 154
anos. Nesta data, o maior presente que o banco pode dar aos
brasileiros, especialmente para os empregados e clientes, é que a
Caixa permaneça 100% pública.
Em dezembro, veículos de
comunicação noticiaram que o governo federal estuda a possibilidade
de abrir o capital da Caixa. A ideia seria vender ações do banco
público, na Bolsa de Valores, e o controle do Estado sobre ele
deixaria de ser integral.
Em outubro, no entanto, a presidenta
Dilma Rousseff, em Carta Aberta aos Bancários, havia reafirmado seu
compromisso com o fortalecimento dos bancos públicos. “O Brasil
não pode abdicar do potencial indutor da economia que têm os bancos
públicos”, afirmou.
Na
Carta, a própria presidenta destacou o papel fundamental desses
bancos: “Como
poderíamos incentivar a construção civil e a construção de
moradias sem a Caixa? Como financiaríamos obras de infraestrutura,
de suprimento de energia e em apoio aos investimentos das indústrias
sem o BNDES? Como incentivaríamos o desenvolvimento regional sem o
BASA e o BNB? Programas como o Minha Casa Minha Vida, Pronaf, FIES,
Bolsa Família, o desenvolvimento regional sustentável, a inclusão
digital, os investimentos em infraestrutura como os VLTs, BRTs,
aeroportos, hidrelétricas, energia eólica, somente têm sucesso com
o apoio operacional e o financiamento dos bancos públicos”.
O
Sindicato dos Bancários de Pernambuco, a Contraf-CUT (Confederação
Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e a Fenae (Federação
Nacional do Pessoal da Caixa), entre outras entidades representativas
dos trabalhadores, reivindicam, portanto, que a presidenta honre o
compromisso assumido com a categoria bancária.
>>Veja o material produzido pelo Sindicato para o aniversário da Caixa
Fortalecimento
da Caixa – Para
assegurar crescimento econômico com distribuição de renda e
capacidade de enfrentar crises internacionais e de crédito, o Brasil
precisa de um banco público forte e competitivo como a Caixa. Além
disso, transformá-la em empresa de mercado, como noticia a grande
imprensa, é abrir brechas para a privatização.
A abertura
do capital enfraqueceria a atuação da Caixa, como protagonista na
implementação das principais políticas públicas do governo
federal, pois seus novos acionistas buscariam maiores lucros e
colocariam em segundo plano o papel social da empresa. Os direitos
trabalhistas e a qualidade da prestação dos serviços também
estariam ameaçados pelos interesses privados.
A presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello, ressalta a importância da Caixa nas
políticas e investimentos sociais, que melhoram a vida da maioria da
população brasileira. “A Caixa é fundamental na implementação
das políticas de inclusão social e distribuição de renda e,
também, das políticas anticíclicas, em crises econômicas. E, com
tudo isso, mantém bons níveis de lucratividade e assegura
significativos repasses de dividendos ao Tesouro Nacional. Portanto,
a quem interessa a abertura do capital da Caixa? Aos bancários, à
classe trabalhadora e à sociedade brasileira, certamente, não é”,
afirma.
O Sindicato parabeniza a Caixa pelos seus 154 anos e
reconhece o trabalho desenvolvido pela instituição em prol da
população brasileira. “Não é a primeira vez que lutamos em
defesa da Caixa. Sabemos fazer isso muito bem e estamos dispostos a
brigar para que ela continue sendo o banco do povo brasileiro”,
completa Jaqueline.
Terceiro maior
banco do país – Criada em 1861, por decreto de Dom Pedro II,
como o maior banco público do Brasil, a Caixa é hoje a terceira
maior instituição financeira do país em ativos totais. Em setembro
de 2014, a empresa tinha R$ 1 trilhão em ativos, segundo dados do
Banco Central, atrás somente do também público Banco do Brasil,
com R$ 1,3 trilhão, e do privado Itaú com R$ 1,1 trilhão.
Segundo
balanços da Caixa publicados entre 2008 e 2013, a carteira de
crédito passou de R$ 80,1 bilhões para R$ 494,2 bilhões, aumento
de 517%. O lucro líquido aumentou 72%, passando de R$ 3,9 bilhões
para R$ 6,7 bilhões. Além disso, os programas de transferência de
renda distribuíram cerca de R$ 26,5 bilhões em 2013, totalizando
181,2 milhões de benefícios pagos.
O Minha Casa Minha Vida,
apenas em 2013, destinou R$ 49 bilhões para a construção de 692,9
mil unidades habitacionais. Dessas, 48,8% foram destinadas aos
trabalhadores com renda mensal de R$ 1,6 mil. Somente o Bolsa Família
pagou cerca de 159,7 milhões de benefícios ou R$ 24 bilhões, alta
de 18,2% em relação a 2012. Os programas voltados ao trabalhador
pagaram 169 milhões de benefícios