ENTREVISTA: Árbitro Wilson Souza fala sobre o Campeonato de Futebol dos Bancários

Wilson Souza faz parte
dos quadros de arbitragem da Fifa (Federação Internacional de
Futebol) e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Já apitou
jogos de times nacionais e internacionais, entre eles jogos da
Seleção.

Mas, desde o final da década de 80, quando ainda
começava a galgar sua carreira de árbitro, acompanha o Campeonato
de Futebol dos Bancários. Naquela época, o futuro juiz de futebol
trabalhava como bancário do Econômico e do BBVA. Sindicalizado,
gostava de assistir aos jogos do Campeonato dos Bancários.

Trinta
anos depois, ele voltou a apoiar os jogos da categoria no ano
passado. E, em conversa com a equipe de comunicação do Sindicato,
garante que, em um ano, o nível da disputa já melhorou.

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Como
você avalia o Campeonato deste ano?
Acho que houve uma
melhoria no nível técnico do ano passado para cá. Muitas equipes
estão apostando no seu potencial, buscando melhorias, chamando
treinadores. Alguns times mantiveram uma base forte, mas também
agregaram novos jogadores, o que é importante porque novos valores
são revelados assim…

E a disciplina, melhorou?
A
condição disciplinar também melhorou, o que eu acredito que seja
fruto do próprio empenho das equipes de arbitragem, que souberam se
impôr.

No ano passado houve até briga na final…
Por isso mesmo, eu fiz
questão de trazer um árbitro padrão Fifa, como é o Sidrack
Marinho. Isso engrandece e abrilhanta a festa.

Mas o juiz
sempre acaba sendo alvo dos xingamentos da torcida… E no Campeonato
dos Bancários, você chegou a ser xingado?
Não. Acho que
existe um respeito por conta de meu histórico no futebol. E também
fiz questão de trazer árbitros experientes para apitar as disputas,
todos profissionais, que apitam campeonatos estaduais e até
nacionais. Alguns erros existem. E eu cheguei a afastar alguns
profissionais por conta destes erros. Com outros eu conversei e as
falhas não se repetiram.

O que, para você, é uma boa
arbitragem?
O árbitro deve passar o mais desapercebido
possível. É aquele que media sem aparecer. Mas que não pode pecar
e, mais importante ainda, precisa saber se impôr para garantir que
as disputas não descambem para a violência.

Você tem um
histórico de participação nos campeonatos de futebol dos
bancários…
Eu apitei jogos dos bancários quando ainda
começava a investir em minha carreira, no final da década de 80. O
número de equipes era muito maior e as partidas eram bem acirradas,
com times bem fortes, que inclusive revelaram jogadores para equipes
profissionais. O Banorte, por exemplo, tinha também um campeonato
interno, o que facilitava a organização do time. Tem, inclusive, um
jogador este ano, da equipe do Santander, o Luís Rossano, que é
filho de um grande jogador revelado pelo Banorte, o Pereirinha.

Que
sugestões você tem para a coordenação do campeonato?
Eu
estava inclusive conversando com Adeílton (Filho, secretário de
Esportes, Cultura e Lazer do Sindicato) sobre isso. Acho que poderiam
ser organizados torneios por banco. No primeiro semestre, seriam
organizados vários times de cada empresa e, a cada semana, eles
disputariam entre si. Com isso, além de garantir a integração
entre as agências, se revelaria novos talentos, que poderiam fazer
parte da equipe principal, que disputaria o Campeonato no segundo
semestre. Também acho importante descobrir formas de integrar as
agências do interior neste processo, com torneios regionais. Por
fim, creio que outra boa ideia seria incorporar as mulheres,
organizando um campeonato de futebol feminino.

Você já
apitou jogos de futebol feminino? Quem é mais disciplinado: o homem
ou a mulher?
Depende muito. Apitei uma vez uma final do
campeonato de futebol feminino de praia, no Rio de Janeiro. E se eu
não soubesse me impôr, acho que eu tinha apanhado. A gente tem que
ter muito cuidado e muita habilidade e fazer, inclusive, uma
arbitragem preventiva, para que os conflitos nem cheguem a se
revelar.  

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