Pressão dos bancários arranca nova proposta de acordo do Santander com avanços

Depois de seis rodadas
de negociação, o Santander cedeu e avançou na proposta para a
renovação do acordo coletivo dos seus funcionários. Em reunião
realizada nesta terça-feira, dia 18, o banco também apresentou
proposta para o acordo de Programa de Participação nos Resultados
do Santander (PPRS).

Para Tereza Souza, bancária do
Santander e representante do Nordeste na Comissão Nacional dos
Funcionários, a nova proposta do banco traz importantes avanços
para os empregados. Ela destaca que o prazo de vigência do acordo é
de dois anos, a exemplo dos anteriores.

“Conseguimos
arrancar do Santander uma proposta bem melhor que a anterior, graças
à mobilização dos bancários, sobretudo ao Dia Nacional de Luta
realizado na semana passada (leia mais). Nos próximos dias, o
Sindicato vai convocar uma assembleia com os bancários do Santander
para avaliar a proposta e decidir se fechamos ou não o acordo”,
explica Tereza.

Os avanços – A proposta do Santander
garante a manutenção das cláusulas existentes no acordo atual com
algumas atualizações. O banco mantém as 2.500 bolsas de estudo, no
valor de 50% da mensalidade, limitado a R$ 442,80, com a aplicação
do reajuste de 8,5% conquistado este ano pela categoria. Porém, o
banco aceitou que 500 bolsas fossem destinadas para a pós-graduação
(as outras 2.000 são para primeira graduação).

Para
melhorar as condições de trabalho, o banco propõe a criação de
uma nova cláusula para tratar das relações laborais e prestação
de serviços financeiros. Nela, ficarão explicitadas as práticas
recomendadas aos gestores.

No texto, deverá constar que “as
reuniões de planejamento das agências devem ser restritas ao
horário da manhã e limitadas a 30 minutos, sempre durante a jornada
de trabalho. Devem ser usadas para orientar e dar foco de maneira
inspiradora e motivacional, sempre observando o respeito aos
funcionários e sem caráter exclusivo de acompanhamento de
produção”.

Dentre as práticas não permitidas, o banco
relaciona as proibições incluídas na convenção coletiva, como a
“exposição de ranking nominal em qualquer ambiente público,
mesmo nas áreas internas da agência” e a “cobrança de
cumprimento de resultados, no telefone particular do funcionário”.

O
Santander ficou de discutir internamente no prazo de 30 dias as
medidas necessárias para se adequar ao cumprimento da cláusula 24ª
da convenção coletiva que trata da folga-assiduidade. Esse direito
não está vinculado à data de aniversário, como vem sendo feito
equivocadamente pelo banco. Essa folga deve ser gozada no melhor dia
a critério do funcionário em conjunto com o gestor.

Outro
avanço é na cláusula de igualdade de oportunidades. O banco
concordou com a formação de um grupo de trabalho para discutir, de
forma conjunta, os dados estatísticos relacionados ao tema (leia
aqui).

PPRS – O banco apresentou também a
proposta de PPRS. O valor de R$ 1.720 pago em fevereiro de 2014 será
reajustado pelos índices de reajuste dos dois últimos anos. Com
isso, o valor a ser pago em fevereiro de 2015 será corrigido em 8%
da Campanha 2013 passando para R$ 1.858. Já o valor a ser creditado
em fevereiro de 2016 será reajustado em 8,5% da Campanha 2014,
ficando em R$ 2.016. O PPRS não é compensável com o pagamento da
PLR.

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