Quase seis meses
depois, a Fenaban finalmente apresentou aos sindicatos o resultado do
2º Censo da Diversidade, em reunião realizada nesta segunda-feira,
dia 3, em São Paulo. O movimento sindical vai analisar os dados com
cuidado, mas já é possível perceber que a discriminação dos
bancos com as mulheres e os negros continua.
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Clique aqui para acessar os dados do 2º Censo da Diversidade
Para
a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, os dados do novo censo
serão comparados com os do primeiro levantamento, realizado em 2008,
para verificar se a situação das mulheres e negros melhoraram nos
bancos. “A partir da análise e comparação dos resultados, os
sindicatos vão propor medidas para os bancos visando acabar com as
desigualdades”, diz Jaqueline.
O
2º
Censo da Diversidade,
conquistado na Campanha Nacional de 2012, foi
respondido no primeiro
semestre por 187.411
bancários, de 18 instituições financeiras, o que representa 41% da
categoria.
Mulheres
– As mulheres apresentam melhor qualificação educacional
em comparação aos homens nos bancos. No 1º Censo, 71,2% das
bancárias tinham curso superior completo. No levantamento de 2014,
as bancárias com essa formação subiram para 82,5%. Para os homens,
esse aumento foi de 64,4% para 76,9%.
Os dados apontam, porém,
que as mulheres continuam ganhando menos que os homens. Nos seis anos
que separam os dois censos, a diferença entre o rendimento médio
das mulheres e dos homens caiu somente 1,5 ponto percentual. O
rendimento médio mensal delas em relação ao deles era de 76,4% em
2008 e agora é de 77,9%.
Negros – Conforme os dados
do 2º Censo, houve avanço no número de negros no setor bancário.
Eram 19% de negros na primeira pesquisa, agora são 24,7%. Os
funcionários negros com curso superior subiram de 59% para 74,5%
entre os dois levantamentos. A grande falha, no entanto, é que não
há um indicador voltado para a situação das mulheres negras nas
instituições bancárias.
Pessoas com deficiência –
Apesar de a Fenaban divulgar que ampliou as contratações de
pessoas com deficiência, passando de 1,8% para 3,6% nos últimos
seis anos, o número de bancários com deficiência motora caiu de
61,4% em 2008 para 60,7% em 2014. No entanto, os dados do 2º Censo
mostram que houve crescimento na admissão de pessoas com deficiência
auditiva, a qual subiu de 12,2% para 22,8% e com deficiência visual
de 3,9% para 11,8%. Contudo, vale ressaltar que a maioria dos bancos
não cumpre a lei da cota de 5% de pessoas com deficiência.
LGBT
– Uma novidade positiva do 2º Censo foi a inclusão de
perguntas voltadas para a população LGBT, reivindicadas pelo
movimento sindical. De acordo com os dados apresentados, 1,9% dos
entrevistados se declararam homossexuais e 0,6%, bissexuais. O Censo
mostra que 85% dos bancários são heterossexuais. Apenas 12,4% não
responderam, o que significa baixa rejeição ao tema. Em relação
ao estado conjugal, 1,1% dos bancários disseram que estão casados
ou em união estável com uma pessoa do mesmo sexo.