Santander decepciona com proposta sem avanços para acordo aditivo

Na
terceira rodada de negociação ocorrida nesta terça-feira (14), o
Santander apresentou uma proposta sem avanços para a renovação do
acordo coletivo aditivo do banco à Convenção Coletiva de Trabalho
(CCT). Os dirigentes sindicais ficaram decepcionados, pois, após 30
dias da segunda rodada, ocorrida em 15 de setembro, o banco não
trouxe nada de novo, frustrando a grande expectativa dos
funcionários.

A
dirigente sindical Tereza Souza, que representa os bancários do
Nordeste nas negociações, destaca que o Santander tem todas as
condições de atender as reivindicações dos bancários. “Só nos
primeiros seis meses deste ano, o banco
lucrou
R$ 2,9 bilhões.
Isso
é fruto do trabalho dos bancários, que merecem ser valorizados”,
diz.

A
proposta entregue para o aditivo não passa de uma nova redação
para cinco cláusulas do
acordo
vigente. Há atualização de procedimentos sobre licença adoção,
desconto de mensalidade sindical e incentivo à sindicalização. Já
o novo texto para a cláusula de igualdade de oportunidades não
inclui medidas concretas e efetivas para combater as
discriminações.

A redação para a cláusula de bolsas
auxílio estudo, por sua vez, foi muito criticada pelos
representantes dos trabalhadores. O banco mantém a concessão de até
2.500 bolsas para a primeira graduação, no valor de 50% da
mensalidade, congelando o limite de R$ 442,80, que vinha sendo
atualizado ano a ano pelo índice de reajuste da categoria, exceto em
2013. A novidade é que, caso sobrem vagas, elas poderão ser
concedidas para segunda graduação.

Nova rodada foi agendada
para a próxima quinta-feira (23), às 10h30.

Emprego
e melhores condições de trabalho

Os
dirigentes sindicais lembraram ao Santander que, durante as
negociações da convenção coletiva, a Fenaban disse que várias
reivindicações deveriam ser discutidas banco a banco, como emprego,
metas abusivas, plano de saúde e previdência complementar.

Os
representantes dos trabalhadores destacam ainda a criação de um
centro de realocação de funcionários, sobretudo diante do
fechamento de agências, a realização de eleições democráticas e
transparentes no SantanderPrevi, a isenção de tarifas e a redução
das taxas de juros para funcionários e aposentados.

Saúde

As
entidades sindicais voltaram a debater com o banco a denúncia
formalizada na primeira rodada de negociação, em 2 de setembro,
sobre a existência de um controle nos exames médicos para a
caracterização do funcionário como inapto.

Na ocasião foi
entregue ao banco um formulário de “prontuário clínico”
da empresa Micelli Soluções em Saúde Empresarial, contratada pelo
Santander para fazer exames como os periódicos e os de retorno ao
trabalho. No prontuário há um espaço onde consta o “fluxo
para inaptidão”, onde o médico examinador deve “contatar
antecipadamente o médico coordenador para conclusão”.

Os
dirigentes sindicais apresentaram três depoimentos (dois da Bahia em
áudio e um de São Paulo por escrito) de funcionários afastados,
relatando a prática descabida, pois não se justifica que o
profissional que atende o trabalhador tenha que consultar o médico
do banco para decidir se o bancário está inapto ao trabalho. Pedir
tal autorização fere a ética médica.

Os representantes do
banco reiteraram o compromisso de trazer na próxima rodada o novo
coordenador da área médica do banco para discutir o assunto.

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