Dois protestos marcaram
o quarto dia da greve nacional dos bancários em Pernambuco, nesta
sexta-feira (3). Pela manhã, os grevistas realizaram um ato em
frente à agência do Banco do Brasil da Sete de Setembro. À tarde,
o alvo das manifestações foi o Itaú da Agamenon Magalhães.
No
Banco do Brasil, as mulheres, diretoras do Sindicato, estavam à
frente da mobilização. Na agência, os bancários estavam se
reunindo para trabalhar por conta das ameaças espalhadas pela
empresa. “O BB tem pressionado os funcionários para que eles não
participem da greve, ameaçando-os de perder os cargos
comissionados”, afirma a secretária de Finanças do Sindicato,
Suzineide Rodrigues.
Além das ameaças, o BB promete
benefícios para quem furar a greve, como pagamento de horas-extras
durante o período de paralisação. “Ou seja, na volta da greve,
os bancários que não participam da paralisação recebem
horas-extras, enquanto os colegas que participaram pagam, ao banco,
as horas que não trabalharam para beneficiar toda a categoria”,
destaca Suzineide.
Outra situação difícil é enfrentada por
funcionários de bancos privados. Uma bancária do Bradesco no
Recife, que preferiu não se identificar, conta que, apesar de ter
vontade, nunca participou ativamente das greves, por medo de
represália. “Sempre quis fazer greve, mas tenho muito medo do que
pode acontecer comigo”, afirma.
>> Veja a galeria de fotos do protesto no BB
Ato no Itaú – À
tarde, foi a vez do Itaú da Agamenon Magalhães concentrar os
protestos dos grevistas. O secretário de Bancos Privados do
Sindicato, Geraldo Times, ressalta que o Itaú teve o maior lucro do
sistema financeiro do país. Foram R$ 10 milhões apenas no primeiro
semestre.
“Mesmo assim, junto com o Santander, é o banco
que mais demite trabalhadores. Em um ano e meio, o Itaú colocou na
rua 11 mil bancários”, diz Geraldo. No ato desta sexta, o
Sindicato denunciou estes problemas à população, que se mostrou
solidária ao movimento (leia aqui).