A greve nacional dos
bancários não para de crescer em Pernambuco. Nesta quinta-feira
(2), terceiro dia de paralisação, o número de agências fechadas
em todo o estado subiu para 449, número que representa 73% das 610
unidades. A greve parou quase todas as agências dos bancos públicos
(98%) e a metade dos privados (49%). A greve também atingiu os
centros administrativos das instituições financeiras no
Recife.
Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o
objetivo é ampliar ainda mais a greve nesta sexta-feira, dia 3. “A
greve está muito forte e a disposição dos bancários é grande.
Ainda há espaço para ampliar a paralisação, sobretudo nos bancos
privados. O crescimento da greve é a resposta da categoria ao
silêncio da Fenaban, que até agora não entrou em contato com os
sindicatos para retomar as negociações”, diz Jaqueline.
Neste
terceiro dia de greve, os bancários realizaram um grande protesto em
frente à sede do Banco Central do Brasil no Recife, na Rua da
Aurora. O objetivo da manifestação, realizada pelos bancários em
todas as cidades do país com representação do BC, foi repudiar as
propostas de independência do Banco Central e defender o
fortalecimento do papel dos bancos públicos. Os dois temas estão no
centro do debate eleitoral e a categoria tem posição histórica
definida em seus fóruns nacionais (leia mais aqui).
Segundo
Jaqueline, o Sindicato tem investido, nesta greve, na realização de
atividades diárias de mobilização e protesto. “No primeiro dia
greve, realizamos atos nas principais agências dos bancos públicos
no Recife (leia aqui). No segundo dia, o alvo foram os bancos
da avenida Guararapes (mais aqui). E hoje realizamos esse
protesto em frente ao BC. Com essas atividades, temos conseguido
mobilizar mais bancários para a greve e ampliado o diálogo com a
população”, explica Jaqueline.
Em assembleia realizada no
início da noite desta quinta-feira, os bancários decidiram realizar
dois atos nesta sexta. O primeiro está marcado para 10h em frente
aos prédios da Caixa e do BNB da avenida Agamenon Magalhães, nos
arredores da avenida João de Barros. O segundo protesto será
realizado às 15h, nas duas agências do Itaú da avenida Agamenon
com a rua Paissandú.
>> Veja a galeria de fotos do terceiro dia de greve
Queremos mais – Entre as
principais reivindicações dos bancários estão o reajuste salarial
de 12,5% e a valorização do piso para R$ 2.979,25, valor
equivalente ao salário mínimo calculado pelo Dieese. Os bancários
também têm reivindicações que visam proteger o emprego, acabar
com a terceirização e melhorar as condições de trabalho e saúde,
como o combate às metas abusivas e ao assédio moral.
Depois
de oito rodadas de negociação, os bancos só ofereceram 7,35% de
reajuste (0,94% de aumento real) no salário, na PLR e nos auxílios,
além de 8% (1,55% acima de inflação) de aumento no piso. A
proposta dos bancos não atende nenhuma reivindicação sobre
emprego, saúde, condições de trabalho e outras importantes
demandas dos bancários.
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