A
disposição dos
bancários marcou o primeiro dia de greve em Pernambuco, nesta
terça-feira (30). Muitos funcionários paralisaram suas agências e
foram
participar do ato convocado pelo Sindicato nas principais unidades
dos bancos públicos, no Recife (leia aqui).
A
bancária da Caixa e delegada sindical Isis Monteiro foi
uma delas. Além
de contribuir para a paralisação da agência em que trabalha
(Teatro Marrocos), participou do ato
realizado pelo Sindicato em
frente à Caixa da Conde da Boa Vista e
ajudou a convencer os colegas a aderirem ao movimento.
Isis começou a trabalhar no banco, em 2005, exatamente no
dia em que começou a greve daquele ano. “Fiquei doida para
participar, mas não pude por estar no meu estágio probatório.
Prometi
para
mim que,
no ano seguinte, participaria”, afirma a bancária.
Desde
então, Isis passou a participar das mobilizações. “Me
sindicalizei assim que comecei a trabalhar. Minha mãe era
funcionária do INSS e participava do sindicato. Quando eu era
criança, frequentava as mobilizações e tive uma formação
política de esquerda”, conta Isis.
Nesses nove anos de
banco, a greve que mais marcou a bancária foi a de 2007.
“Nesse ano, nós,
bancários da Caixa, entramos em greve sozinhos e precisávamos
pressionar o banco para que ele atendesse nossas reivindicações”,
afirma Isis. Ela conta que foram setedias
de
greve até
que
a Caixa apresentasse
uma proposta satisfatória. Para Isis, essa greve de 2007
foi a mais produtiva de que já participou. “Conquistamos grandes
avanços”, diz.
História
de lutas – A
delegada sindical da agência Sete de Setembro, Camila Duarte, tem
dez
anos de trabalho no Banco do Brasil, e esta é a décima primeira
greve de que participa. Desde 2003,
em todos os anos houve greve. Camila ressalta a importância da
atuação do Sindicato, em especial, para paralisação dos banco
privados. “Em geral, somos muito bem recebidos pelos funcionários
dos bancos privados, pois eles precisam do
nosso apoio em
suas agência para que possam participar da greve”, afirma.
Para
Camila, um dos momentos mais legais da greve é o já tradicional
apitaço na agência do Bradesco da rua do Imperador,
no centro do Recife, que marca o fim da passeata dos bancários. Ela
conta que essa agência é ampla, e os sons dos apitos repercutem
bastante. “O apitaço é a cereja do bolo da greve”,
comenta.
Edilson Rodrigues (o Mamão) trabalha na agência do
BNB da Conde da Boa Vista há 37 anos. Na opinião dele, o receio de
punição de funcionários de bancos públicos por fazerem greve é
infundado. “Nesses quase 40 anos de banco, nunca vi ninguém ser
demitido por fazer greve. E é possível fazer carreira no banco
público e, ao mesmo tempo, lutar pelos direitos dos trabalhadores”,
afirma.