Depois de um mês e
meio de negociações, os bancos apresentaram nesta sexta-feira, dia
19, uma proposta para as reivindicações econômicas da Campanha
Nacional dos Bancários. Entre os principais pontos estão o reajuste
de 7% (0,61% de aumento real) no salário, na PLR e nos auxílios
refeição, alimentação e creche, além de 7,5% no piso (1,08%
acima da inflação).
O Comando Nacional dos Bancários
considerou a proposta dos bancos “insuficiente” para fechar um
acordo e aprovou um calendário com indiciativo de greve a partir de
30 de setembro.
A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello,
destaca que o Comando Nacional dos Bancários já havia considerado
muito aquém das expectativas a proposta para as cláusulas não
econômicas apresentada pelos bancos na última quarta, dia 17 (leia
aqui).
“A lucratividade bilionária mostra que os
bancos têm totais condições de atender nossas reivindicações.
Vamos continuar pressionando a Fenaban na próxima semana para que a
proposta seja melhorada. Se não houver avanço, vamos deflagrar uma
greve por tempo indeterminado a partir do dia 30 de setembro”,
explica Jaqueline.
Para aprovar a greve, o Sindicato realiza
uma assembleia com os bancários na próxima quinta-feira, dia 25, às
19h, na sede da entidade. Na véspera da greve, no dia 29, outra
assembleia vai organizar o movimento, também às 19h, na sede do
Sindicato.
Queremos mais – O presidente da
Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos
Cordeiro, destaca que as propostas apresentadas pelos bancos não
contemplam reivindicações importantes, como a proteção ao
emprego, combate ao assédio moral e melhoria na segurança.
“Pela
longa tradição de luta, os bancários sabem que todas as conquistas
da categoria são resultado da sua capacidade de construir a unidade
nacional, de se mobilizar e de pressionar os banqueiros. Agora é
hora de estreitar a unidade e intensificar a mobilização em todo o
país para que possamos fazer uma campanha melhor ainda que no ano
passado e alcançar novas conquistas”, acrescenta
Cordeiro.
Para ele, é uma novidade, em relação aos anos
anteriores, os bancos apresentarem uma primeira proposta já com
aumento real e valorização do piso. “Isso é importante para nós
porque é um reconhecimento da necessidade de os bancários terem
aumento acima da inflação e os pisos ainda mais valorizados, mas os
índices de reajuste são insuficientes diante do lucro do sistema
financeiro. Queremos mais”, conclui.
A
proposta econômica dos bancos
Reajuste de 7% (0,61%
de aumento real)
Piso
portaria após
90 dias – 1.235,14 (7,5% ou 1,08% de aumento real).
Piso
escritório após
90 dias – R$ 1.771,73 (1,08% acima da inflação).
Piso
caixa/tesouraria após
90 dias – R$ 2.393,33 (salário mais gratificação mais outras
verbas de caixa), significando 1,08% de aumento real).
PLR
regra básica –
90% do salário mais R$ 1.812,58, limitado a R$ 9.723,61. Se o total
ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com
teto de R$ 21.391,93.
PLR
parcela adicional –
2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$
3.625,16.
……….
Antecipação
da PLR
Primeira
parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção
Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015.
Regra
básica –
54% do salário mais fixo de R$ 1.087,55, limitado a R$ 5.834,16 e ao
teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
Parcela
adicional –
2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$
1.812,58
…………..
Auxílio-refeição –
R$ 24,14.
Auxílio-cesta
alimentação e 13ª cesta –
R$ 425,20.
Auxílio-creche/babá (filhos
até 71 meses) – R$ 353,86.
Auxílio-creche/babá (filhos
até 83 meses) – R$ 302,71.
Gratificação
de compensador de cheques –
R$ 137,52.
Requalificação
profissional –
R$ 1.210,04.
Auxílio-funeral –
R$ 811,92.
Indenização por
morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 121.072,92.
Ajuda
deslocamento noturno –
R$ 84,75.