Depois de quatro
rodadas de negociação, com oito reuniões, os bancos finalmente vão
apresentar uma contraproposta para as reivindicações da Campanha
Nacional dos Bancários 2014.
Segundo a Fenaban (federação dos
bancos), a “proposta global” deve ser apresentada na próxima
sexta-feira, dia 19. O anúncio foi feito nesta quinta 11, no
encerramento da quarta rodada de negociação.
Antes da
apresentação da proposta, serão realizadas mais duas rodadas de
negociação. Na próxima terça-feira, dia 16, os bancos
apresentarão o resultado do II Censo da Diversidade, realizado entre
17 de março e 9 de maio. Nesta reunião, também serão discutidas
questões relativas à saúde dos bancários.
Já na quarta-feira,
dia 17, serão retomados os debates dos temas pendentes sobre
condições de trabalho, emprego, segurança bancária e igualdade de
oportunidades.
“E, com essas duas rodadas de negociação,
encerramos a discussão de todos os itens da nossa pauta de
reivindicações”, conta a presidenta do Sindicato, Jaqueline
Mello, que representa Pernambuco no Comando Nacional dos Bancários,
órgão responsável pelas negociações com os bancos.
“Dessa
forma, esperamos que na negociação de sexta-feira que vem os bancos
apresentem uma proposta que atenda nossas reivindicações. Durante
todo o processo de negociação realizado até agora, a Fenaban não
avançou em nenhuma questão, sempre alegando que os temas ainda
estavam sendo discutidos com os presidentes dos bancos. Agora chegou
a hora de recebermos o retorno e esperamos uma proposta decente. Caso
contrário, vamos construir mais uma greve”, diz Jaqueline.
Para
aumentar a pressão sobre os bancos e garantir uma proposta decente,
os bancários inciam a semana com um Dia Nacional de Luta. A ideia é
realizar nesta segunda-feira, dia 15, um grande protesto, em todo o
país, tendo como foco a defesa do emprego, o fim das metas abusivas
e do assédio moral, por mais segurança, e por igualdade de
oportunidades.
A negociação desta quinta – Durante a
reunião desta quinta, o Comando Nacional dos Bancários defendeu a
reivindicação de PLR equivalente a três salários mais parcela
adicional de R$ 6.247,26, o que significa uma mudança na fórmula de
cálculo do modelo atual. Os sindicatos destacaram que a atual
fórmula é muito complexa, pouco transparente e não remunera os
bancários de forma adequada. A PLR foi uma conquista da campanha de
1995.
“O lucro dos bancos cresceu tanto que o modelo
atual da PLR não acompanhou a distribuição desse lucro. O
crescimento da PLR dos caixas, por exemplo, foi em média de 338%
entre 1995 e 2013, enquanto o lucro dos bancos aumentou 1.067% nesse
período. Queremos aumentar o percentual a ser distribuído e indexar
a PLR à evolução do lucro”, destaca Carlos Cordeiro,
presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos
Bancários.
O Comando propôs ainda que o pagamento da PLR
não deve ser compensado com os programas próprios de remuneração
variável dos bancos.
Os negociadores da Fenaban defenderam o
atual modelo de PLR, mas disseram que a reivindicação dos bancários
será levada aos presidentes dos bancos e trarão a resposta junto
com a proposta global que apresentarão ao Comando, provavelmente na
sexta-feira que vem, 19.
>> Confira como foram todas as rodadas de negociação realizadas até agora