Campanha Nacional: Sindicato reforça mobilização dos bancários de Olinda

As atividades de
mobilização da Campanha Nacional dos Bancários agitaram as
agências de Olinda, nesta quarta-feira, dia 3. Com teatro e
irreverência, os diretores do Sindicato convocaram os funcionários
do Bradesco, Santander, HSBC, Itaú, Banco do Brasil, Caixa e BNB
para engrossarem as manifestações. E acabaram ganhando o apoio de
clientes e usuários das agências, que, invariavelmente, estavam
lotadas.

“As pessoas que se aglomeravam nas filas para serem
atendidas apoiaram a luta dos bancários e entenderam que nossas
reivindicações também visam melhorar a vida dos clientes e
usuários dos bancos. Por isso, muita gente interagiu com o grupo de
teatro, ajudando a puxar a corda do cabo de guerra contra os
banqueiros, que é o símbolo da Campanha Nacional deste ano”,
explica a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

Cliente do
Santander desde os tempos do Bandepe, Everaldo Siqueira falava com
saudades dos tempos de banco estadual: “naquela época, tinha mais
respeito pelo povo. Agora, a gente passa não sei quanto tempo na
fila e nem uma água eles oferecem pra gente. Tinha que ter todos
estes guichês aí com funcionários trabalhando…”

No
HSBC, a queixa era de que apenas uma máquina estava operando no
autoatendimento. No Itaú, apenas dois caixas, mais o tesoureiro e um
gerente operacional tentavam dar conta da demanda. Os clientes se
mostraram solidários ao movimento e uma usuária pediu a palavra
para falar sobre a importância de participar do Plebiscito Popular
da Reforma Política (leia mais aqui).

No Banco do
Brasil, os clientes tinham que passar por duas filas: uma no térreo,
para apanhar a senha; outra no primeiro andar, onde todas as cadeiras
estavam ocupadas e algumas pessoas esperavam em pé. Uma delas era a
dona de casa Maria da Conceição, que viera com sua mãe, de 70
anos, com problemas de saúde e esperava, há mais de uma hora, por
atendimento.

O BNB fechou a caravana desta semana. Para o
bancário José Pedrosa, a cada Campanha Nacional, a expectativa é
de que se possa avançar mais um pouco e garantir conquistas para os
trabalhadores.

As caravanas fazem parte da agenda de
atividades semanais da Campanha Nacional dos Bancários. A primeira
negociação com os banqueiros aconteceu no dia 19 de agosto e, até
agora, nada de concreto foi apresentado, nem na mesa geral nem nas
mesas específicas com BB, Caixa, BNB e Santander. Nesta quarta e
quinta, dias 3 e 4, mais uma rodada está acontecendo, desta vez
sobre empregos, salários e piso (leia mais).

Caos na Caixa
Em todas as unidades por onde passou a caravana do Sindicato,
em Olinda, o cenário era semelhante: muita gente para ser atendida,
poucos bancários, muitas reclamações. Mais uma vez, a situação
mais drástica foi encontrada na Caixa.

Penúltimo banco
visitado, a unidade estava superlotada e poucos caixas se esforçavam
para atender no menor tempo possível. Mas era tarefa inglória. A
dona de casa Aleuda Távora queixava-se de que, há duas horas,
esperava para ser atendida. “Em dia de pagamento de INSS, a fila
aqui fica tão grande que a gente mal consegue entrar. É horrível”,
diz. O cliente Heraldo Nunes também se queixava: “Cheguei aqui às
11 horas. Já são 13 horas e ainda estou esperando”,
reclamava.

Como em outras unidades, o Sindicato tentou
conversar com a população e mostrar, com o teatro, que tanto
clientes como bancários são vítimas da ganância dos bancos. No
entanto, alguns clientes transferiram sua revolta para os
trabalhadores e passaram a insultar bancários e dirigentes
sindicais. Diante disso, o
Sindicato optou por não prosseguir com a apresentação no local
para não prejudicar os trabalhadores.

Em conversa posterior
com o delegado sindical e os funcionários, o Sindicato foi informado
de que, cotidianamente, os empregados são vítimas de agressões
verbais e insultos por parte de alguns clientes. “A Caixa é um
banco que tem perfil diferente, que faz o repasse de muitos programas
sociais e, justamente por isso, precisa prezar pelo atendimento. No
entanto, a quantidade de bancários é muito pequena para a demanda”,
afirma Jaqueline.

O resultado é que os trabalhadores sequer
podem ir ao banheiro ou almoçar porque a pressão é muito grande.
“Não é à toa que o índice de adoecimento está crescendo
assustadoramente”, acrescenta Jaqueline.

Leia mais sobre as mobilizações
>> Ato nas agências de Jaboatão dos Guararapes 
>> 
Encontro dos Bancários do Interior, em Salgueiro 
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Ato nas agências bancárias de Paulista
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Lançamento da Campanha Nacional no Recife 
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Sindicato esquenta mobilização no interior

Confira os resultados de todas as negociações
>> Banco do Brasil e Caixa (segunda rodada)
>> Fenaban (negociação do dia 28 de agosto) 
>> Fenaban (negociação do dia 27 de agosto)
>> Banco do Nordeste (negociação do dia 25 de agosto) 
>> Banco do Brasil (negociação do dia 22 de agosto)  
>> Caixa (negociação do dia 21 de agosto)
>> Fenaban (negociação do dia 20 de agosto)
>> Fenaban (negociação do dia 19 de agosto)

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