O
Comando Nacional dos Bancários volta a se reunir com a federação
dos bancos (Fenaban), nesta quarta-feira, dia 3, para a terceira
rodada de negociação da Campanha 2014. Em pauta, as reivindicações
dos bancários para o emprego, que inclui fim das demissões e da
rotatividade, mais contratações, aumento da inclusão bancária e
combate às terceirizações. A reunião começa às 14h, em São
Paulo. A terceira rodada de negociação prossegue nesta
quinta-feira, com a discussão das reivindicações econômicas
(salários e
piso).
De acordo com a presidenta do Sindicato, Jaqueline
Mello, que representa os bancários de Pernambuco no Comando
Nacional, as reivindicações sobre emprego são prioridades na
Campanha deste ano.
“Segundo do Dieese, os
bancos privados eliminaram mais de 18 mil empregos no ano passado. No
primeiro semestre deste ano, já cortaram mais 3.600 empregos. Tudo
isso fora as demissões, que são preenchidas com novos empregados
ganhando bem menos que os dispensados. Vale destacar que, neste mesmo
período, as demais empresas brasileiras criaram 1,75 milhão de
postos de trabalho. É inaceitável que o setor mais lucrativo do
Brasil não tenha a mínima responsabilidade social com seus
empregados, clientes e com o país”, diz Jaqueline.
Rotatividade
– Além de fechar os 21.623
postos de trabalho nos último ano e meio, os bancos privados
desligaram 66.567 trabalhadores nesse mesmo período, segundo as
pesquisa Contraf-CUT com o Dieese. A remuneração média dos
bancários desligados de janeiro a julho deste ano era de R$ 5.216,86
contra R$ 3.303,55 dos admitidos – uma diferença de 63,3%. Na
economia como um todo, a diferença entre a remuneração média de
quem entra e quem sai das empresas, a chamada rotatividade, é de
apenas 7%.
Isso explica por que os bancários, com muita
mobilização e luta, conquistaram aumento real de salário de 18,3%
de 2004 a 2013, mas o aumento da remuneração média do bancário
neste período foi de 13,6% acima da inflação.
Terceirização
– Entre 1999 e 2013, as
instituições financeiras aumentaram 319% as despesas com
trabalhadores terceirizados, tendência que vem se acelerando nos
últimos anos, segundo Relatório Social da Febraban. Se
considerarmos os diversos tipos de correspondentes bancários (banco
postal, lotéricos, pastinhas, supermercados, drogarias etc.), esses
números poderiam ser exponencialmente multiplicados.
“Essa
ameaça se agrava com a tentativa do setor empresarial, tendo os
bancos à frente, de legalizar a terceirização total no Brasil com
a aprovação do PL 4330 na Câmara Federal, do PLS 087 no Senado e
do julgamento de Recurso Extraordinário com Repercussão Geral no
STF. E por último, é extremamente preocupante o fato de o programa
econômico da candidata Marina Silva incorporar expressamente o
compromisso de regulamentar a terceirização precarizante em todos
os setores da economia”, adverte Miguel Pereira, diretor da
Contraf-CUT, que coordena o Comando Nacional dos Bancários.
Confira os resultados de todas as negociações realizadas até agora nos links abaixo
>> Banco do Brasil e Caixa (segunda rodada)
>> Fenaban (negociação do dia 28 de agosto)
>> Fenaban (negociação do dia 27 de agosto)
>> Banco do Nordeste (negociação do dia 25 de agosto)
>> Banco do Brasil (negociação do dia 22 de agosto)
>> Caixa (negociação do dia 21 de agosto)
>> Fenaban (negociação do dia 20 de agosto)
>> Fenaban (negociação do dia 19 de agosto)