Negociações específicas com BB e Caixa não avançam

O Comando Nacional dos
Bancários realizou mais uma rodada de negociações específicas da
Campanha 2014 com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Nas
duas reuniões, não houve nenhum avanço nas discussões sobre as
reivindicações dos funcionários.

Para a presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello, o BB e a Caixa estão apostando no
impasse, já que as negociações específicas não registraram
nenhum avanço até agora. “Além das mesas específicas, as
negociações gerais com a Fenaban também não avançaram em nada. O
Sindicato está ampliando a mobilização dos bancários e já
estamos começando a nos preparar para uma possível greve. Do jeito
que os bancos estão enrolando, parece que a greve é o único jeito
de garantir que nossas reivindicações sejam atendidas”, destaca
Jaqueline.

Banco do Brasil – A segunda rodada de
negociações específicas com o Banco do Brasil foi realizada nesta
segunda-feira, dia 1º de setembro, em Brasília. Na pauta da reunião
estavam as reivindicações dos bancários sobre igualdade de
oportunidades e segurança. “O banco não apresentou nenhuma
resposta sobre os itens discutidos. Nossa pauta já está com a
direção da empresa desde o início de agosto, já era hora das
negociações começarem a avançar”, diz a diretora do Sindicato,
Sandra Trajano.

Antes do início das discussões, o Comando
dos Bancários cobrou informações sobre as mudanças nos parâmetros
de cobrança no programa de Gestão de Disciplina de Pessoal (Gedip).
Com a alteração feita pelo banco, o valor mínimo passou para R$
600. Anteriormente não havia valor mínimo. Segundo o BB, uma média
de 80% dos processos do Gedip acabariam com essa mudança. Os
bancários cobram uma mesa específica para debater o tema.

Entre
os pontos da pauta, os representantes dos bancários reivindicaram
que todas as agências tenham todos os quesitos de segurança, como
porta-giratória com detector de metais e proibição do transporte
de valores por bancários. Outro item da pauta específica é a
atualização da indenização para funcionários que sofreram
assaltos, sequestro ou extorsão. No Programa de Assistência às
Vítimas de Assalto e Sequestro (Pavas), os dirigentes sindicais
reivindicaram que os funcionários participantes tenham a opção de
escolher a unidade de preferência para retornar ao trabalho. Não
houve resposta do banco para nenhuma demanda.

Os sindicatos
também propuseram a criação de um programa de atendimento
posterior para as vítimas de assédio moral e sexual comprovados. Os
negociadores do banco não demonstraram disposição para avançar no
tema com a justificativa de que já existem os Comitês de Ética do
BB.

No tema sobre igualdade de oportunidades, o BB disse que
não pode discutir a cláusula de concessão de licença-prêmio para
todos os funcionários com a justificativa de que o Dest (órgão do
Ministério do Planejamento que cuida das empresas públicas) não
libera a implementação. De acordo com o banco, o departamento
também não se mostra disposto a avançar para férias de 35 dias
para todos os funcionários com mais de 20 anos na carreira no
banco.

A próxima mesa de negociação específica tratará de
remuneração e demais itens restantes da pauta específica e
ocorrerá no dia 12 de setembro, em São Paulo.

Caixa –
Ao contrário do BB, os representantes da Caixa responderam todas
as reivindicações discutidas na segunda rodada de negociações,
realizada na última sexta-feira, 29 de agosto. Mas a resposta foi
sempre a mesma: “não”.

Segundo a secretária de Bancos
Públicos do Sindicato, Daniella Almeida, foram discutidas na reunião
as reivindicações sobre Funcef, aposentados e isonomia de direitos.
“Esta foi a segunda reunião com o banco. Na primeira, no dia 21 de
agosto, o banco também negou as reivindicações sobre saúde e o
GDP (programa de Desempenho de Gestão de Pessoas). Começamos muito
mal as negociações com a Caixa”, diz Daniella.

As
negativas da Caixa, nesta sexta, começaram pelas demandas sobre a
Funcef. De início, o banco recusou-se a reconhecer o CTVA como verba
salarial para fins de aporte à Fundação. Também foi negado o fim
da discriminação ao pessoal do REG/Replan não-saldado, de forma a
que seja garantido aos participantes deste plano de benefícios da
Funcef o direito de migrarem para o PCS 2008 e para o PFG 2010.

Inicialmente irredutível para a exigência de corrigir as
verbas salariais das mulheres que se aposentaram antes de 1979
ganhando menos que os homens, a Caixa acenou com a proposta de levar
novamente esse assunto para uma reavaliação. Atualmente, existem
4.700 mulheres nessa situação a um custo atuarial e financeiro que
totalizam R$ 48 milhões, com base nos números de abril deste ano.
São mulheres que se aposentaram proporcionalmente.

Outra
demanda discutida foi a extensão do Saúde Caixa aos trabalhadores
que se aposentaram por meio de Programa de Apoio à Demissão
Voluntária (PADV). A Caixa negou a reivindicação, considerada pela
empresa financeiramente inviável. A Caixa não avançou também no
quesito da extensão do auxílio e da cesta-alimentação a todos os
aposentados e pensionistas, inclusive aos desligados por PADV.

Na
pauta de isonomia, os sindicatos cobraram a equiparação de direitos
de todos os empregados em relação à licença-prêmio e ao
Adicional por Tempo de Serviço (ATS). Ambas as reivindicações
foram consideradas complexas pela Caixa, que alegou a falta de
autorização por parte dos controladores para tratar desses temas
nas negociações específicas. A representação dos empregados
reivindicou a concessão do vale-cultura a todos os trabalhadores.

Nas próximas rodadas, que ocorrerão nos dias 8 e 12 de
setembro, serão negociados os temas segurança, terceirização,
carreira, contratação de pessoal, condições de trabalho, jornada
e ponto eletrônico.  

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