O número de ataques a
bancos em Pernambuco caiu vertiginosamente no primeiro semestre deste
ano, em comparação com o mesmo período de 2013. O Estado registrou
72 casos nos primeiros seis meses de 2014, valor que representa uma
redução de 42,9% (foram 126 ataques no primeiro semestre do ano
passado).
Os números de Pernambuco são exceção e destoam
da realidade do restante do país, segundo a Pesquisa Nacional de
Ataques a Bancos, divulgada nesta segunda-feira, dia 25, pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT). Conforme o levantamento, os ataques a bancos
alcançaram 1.693 ocorrências em todo país no primeiro semestre de
2014, uma média assustadora de nove casos por dia, o que representa
um crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
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para acessar a íntegra da pesquisa nacional
Para a presidenta
do Sindicato, Jaqueline Mello, a redução do número de ataques a
bancos em Pernambuco pode estar relacionada ao Projeto-piloto de
Segurança Bancária, que garantiu, em agosto do ano passado, a
instalação de uma série de itens de segurança nas agências de
Recife, Olinda e Jaboatão.
“O projeto-piloto foi uma
conquista dos bancários na Campanha Nacional de 2012. Nas reuniões
que fizemos com a Fenaban para acompanhar o andamento do projeto já
havíamos constatado que o número de assaltos a bancos foram
reduzidos nas três cidades. Agora, verificamos que houve um impacto
até nos números do estado. Por isso é que estamos exigindo, na
Campanha deste ano, que os equipamentos do projeto-piloto sejam
estendidos para todas as agências do país”, diz
Jaqueline.
Medidas de prevenção – A Contraf-CUT vai
encaminhar cópia da pesquisa para o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, e para a Polícia Federal, reiterando a necessidade
de discutir medidas para prevenir ataques a bancos e proteger a vida
das pessoas.
“Esperamos, também, que esses dados mostrem
aos bancos a importância de apresentar propostas de segurança na
mesa de negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2014, que
ocorre nesta quarta e quinta-feira, dias 27 e 28, em São Paulo”,
afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
Conforme
estudo feito pelo Dieese, com base nos balanços publicados do
primeiro semestre de 2014, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco,
BB, Caixa e Santander) lucraram R$ 28,3 bilhões e aplicaram R$ 2,4
bilhões em despesas com segurança e vigilância, o que representa
uma média de 8,6% na comparação entre os lucros e os gastos com
segurança.
“Os bancos falam que estão preocupados com a
segurança, mas gastam muito pouco diante de seus lucros
estratosféricos”, salienta o secretário de Imprensa da
Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança
Bancária, Ademir Wiederkehr.
PROPOSTAS DOS VIGILANTES E
BANCÁRIOS PARA GARANTIR SEGURANÇA
– Porta giratória com
detector de metais antes da sala de autoatendimento com recuo em
relação à calçada, onde deve ser colocado um guarda-volumes com
espaços chaveados e individualizados;
– Vidros blindados nas
fachadas;
– Câmeras de vídeo em todos os espaços de
circulação de clientes, bem como nas calçadas e áreas de
estacionamento, com monitoramento em tempo real e com imagens de boa
qualidade para auxiliar na identificação de suspeitos;
–
Biombos ou tapumes entre a fila de espera e a bateria de caixas;
–
Divisórias individualizadas entre os caixas, inclusive os
eletrônicos;
– Cumprimento do plano de segurança de cada
estabelecimento, conforme prevê a lei nº 7.102/83, garantindo a
presença de no mínimo dois vigilantes, enquanto houver bancários e
clientes em agências e postos de atendimento;
– Fim da guarda
das chaves de cofres e das unidades por bancários e vigilantes,
ficando as chaves na sede das empresas de segurança, ou então
abertura e fechamento por controle remoto;
– Proibição do
transporte de valores por bancários; operações de embarque e
desembarque de carros fortes somente em locais exclusivos e seguros;
e fim do manuseio e contagem de numerário por vigilantes no
abastecimento de caixas eletrônicos;
– Atendimento médico e
psicológico para trabalhadores e clientes vítimas de assaltos,
sequestros e extorsões;
– Escudos e assentos no interior das
agências e postos de atendimento para os vigilantes;
–
Instalação de caixas eletrônicos somente em locais seguros;
–
Maior controle e fiscalização do Exército no transporte,
armazenagem e comércio de explosivos;
– Isenção das tarifas
de transferência de recursos (DOC, TED) para reduzir a circulação
de dinheiro, a fim de combater o crime da “saidinha de banco”.