Ato do Sindicato revela cenário de desrespeito em agências de Paulista

Agências
em reforma, com bancários e clientes expostos a poeira, equipamentos
de construção e fios desencapados;
filas imensas e poucos funcionários; trabalhadores
lesionados; gerentes e tesoureiros obrigados a atender nos caixas.
Este foi o ambiente que serviu de cenário para o ato realizado pela
caravana do Sindicato nas agências de Paulista, nesta
quarta, dia 20.
A atividade esquenta o processo de mobilização da Campanha Nacional
dos
Bancários.


na primeira unidade visitada, do Itaú, o cenário era de caos. Em
reforma, a agência tinha material de construção espalhado, partes
do piso com a cerâmica arrancada, parte do teto sem forro, sanitário
interditado, divisórias de madeira no lugar das paredes, poeira,
fiação
exposta.

Superlotada, os clientes estavam sendo atendidos até
pelo gerente e pelo tesoureiro. “É uma vergonha isso. O banco que
mais lucra no país – R$
9,502 bilhões somente no primeiro semestre de 2014
–não
oferece condições de trabalho para seus funcionários nem condições
de atendimento para seus clientes”, afirma o diretor do Sindicato,
Fábio Sales.

Em outras unidades, o Sindicato encontrou filas
imensas, poucos funcionários e muita demanda. No Bradesco, por
exemplo, apenas dois caixas atendiam uma fila enorme.
Joseane Maria, cliente do banco, era uma das que se queixava da
qualidade do atendimento: “Tinha que contratar mais
funcionários…”, dizia.

Caixa
insalubre

Na
Caixa Econômica Federal,
o cliente Luciano Albuquerque desistiu do atendimento. Ele
perdera a senha de acesso à conta e teria que esperar que fossem
atendidas sessenta pessoas na sua frente. “’É
um absurdo. Muita gente para pouco funcionário”,
reclamou.

Luciano
não era o único a reclamar. Com a agência superlotada, não
faltavam queixas. José Cláudio Lima, por exemplo, passara quase uma
hora só para pegar a senha de atendimento. Já Everaldo Andrade da
Silva, chegara no banco às 10h40
e somente às 13h estava sendo atendido, apenas para desbloquear um
cartão. “Num país onde se gasta um bilhão para se construir um
estádio, o governo não faz um concurso público para preencher a
deficiência de funcionários que tem na Caixa. Eu deixo aqui
registrada minha indignação”, afirmou.

Se a situação era
ruim para os clientes, para os trabalhadores era ainda pior. Segundo
um deles, a média é de 80 a 100 atendimentos por funcionário
diariamente. “Éramos sete em 2007. Hoje somos apenas quatro. Saiu
um para almoçar, ficamos três, com essa multidão toda”, informou
o bancário
Jairo de Azevedo Dantas.

Jairo é portador de LER (Lesão
por Esforço Repetitivo),
com acidente de trabalho reconhecido pelo INSS. A Caixa solicitou uma
junta de médicos particulares, que o consideraram inapto a continuar
exercendo a função de caixa. O banco retirou sua função, apesar
de ser o responsável pelo acidente de trabalho.

Cabo
de guerra

– Além do Itaú, Caixa e Bradesco, a caravana do Sindicato
percorreu agências do Banco do Brasil, Santander e BNB. Em todas
elas, um grupo de teatro convidava os presentes a se somarem aos
funcionários no cabo de guerra contra os banqueiros. Destaque para a
agência do Santander, onde os clientes participaram ativamente e
puxaram a corda junto com os dirigentes sindicais.

A primeira
negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), sobre
saúde e condições de trabalho, já mostrou que será preciso muita
mobilização para vencer a intransigência dos banqueiros (leia
aqui). 

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