Representantes dos funcionários do Bradesco decidem reforçar a mobilização

Reunidos durante o dia
inteiro desta terça, 19, a Comissão dos Empregados do Bradesco do
Nordeste decidiu que é preciso intensificar a organização dos
trabalhadores. “Nossa pauta de reivindicações específica há
mais de dez anos contempla itens que permanecem sem resposta por
parte do banco. Então precisamos buscar, dentro das agências, um
maior poder de pressão”, afirma a secretária de Finanças do
Sindicato, Suzineide Rodrigues.

O Bradesco é o único banco
privado do sistema financeiro brasileiro que não oferece aos seus
empregados o auxílio-educação. Esta é uma das demandas negadas
pelo banco todos os anos. Há outras: Plano de Cargos e Remuneração
e melhorias no Plano de Saúde, por exemplo. Os trabalhadores pedem a
extensão do plano de assistência médica após a aposentadoria e
inclusão do pai e mãe. Eles criticam, ainda, o índice de
descredenciamento de médicos por conta da tabela defasada de
remuneração destes profissionais por parte do Plano.

A
criação de um programa de reabilitação para os trabalhadores que
voltam de licença por acidente de trabalho é outra reivindicação
importante, que permanece sem resposta. Sindicatos, de todo o país,
têm acompanhado histórias de trabalhadores que retornam do
afastamento e são escanteados, desvalorizados e vítimas de assédio.

O assédio, aliás, é outro grave problema enfrentado pelos
funcionários do banco: “O Bradesco diz que é o banco do futuro,
mas não se preocupa com o presente de seus trabalhadores e
clientes”, afirma o secretário de Bancos Privados do Sindicato,
Geraldo Times, também empregado do Bradesco.

Segundo
Suzineide, o foco agora é a Campanha Nacional. Mas é preciso uma
ação permanente nas agências, inclusive envolvendo os clientes,
com o combate ao pré-atendimento e à discriminação e expulsão
dos usuários com rendas menores para postos de atendimento
precarizados.

Previdência – A reunião da Comissão
continua nesta quarta, 20, com debate sobre previdência. O Bradesco
possui um plano de previdência aberta, na qual o funcionário
contribui com 4% e a empresa com outros 4%.

Recentemente, sem
negociação, o banco informou aos representantes sindicais que faria
mudanças no plano. “O banco quer encerrar este modelo quatro por
quatro e abrir um outro, cinco por quatro. Aí eles colocam isso como
uma grande benesse, já que vai contribuir com 5% e investir mais no
plano. Ledo engano. Isso porque o modelo anterior previa uma
rentabilidade de 5% de taxas. Este não. Então, lá na frente, a
gente vai ter uma rentabilidade menor”, explica a coordenadora da
Comissão Nacional dos Empregados, Elaine Cútis. Segundo ela, a
reivindicação dos representantes dos bancários é um plano de
previdência fechado, com participação dos trabalhadores na gestão.

Para enriquecer a discussão desta quarta, quem estará
presente é o
especialista em previdência complementar, José Ricardo Sasseron,
que é vice-presidente da Associação Nacional dos Participantes dos
Fundos de Pensão (Anapar) e ex-diretor eleito da Previ, o
fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
Ele vai
falar
sobre previdência privada no horário da manhã e, pela tarde,
conversa com os bancários sobre as mudanças no plano de previdência
do Bradesco.

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