O segundo dia do
Seminário “A Terceirização no Brasil: Impactos, resistências
e lutas” foi marcado por grandes debates, repetindo o
repercussão e o sucesso do dia anterior. O 1º tema apresentado
debateu a terceirização no setor privado, como a principal
manifestação do sistema Toyotista de produção que não se
concretiza nas condições dignas de trabalho, pelo contrário: elas
são cada vez mais degradantes, causando uma série de efeitos
colaterais.
A precariedade do trabalho terceirizado não é só
no contrato. Além de ganhar menos, não ter os mesmos direitos e
proteção do trabalhador formal, ele sofre com a falta de condições
de trabalho que afeta a sua saúde.
Jamais podemos permitir a
“venda” do trabalho humano por um preço mais baixo.
Trabalhador jamais pode ser considerado “mercadoria”.
O
trabalhador terceirizado é extirpado do espaço temporal. Não
constrói narrativas, nem história, nem tempo ou espaço. Cada vez
mais fragmentados, tornam-se ainda mais exilados dentro de um
ambiente tenebroso de modelo de trabalho. E as questões
socioeconômicas proporcionam desigualdades cada vez mais
avassaladoras.
Conclui-se, portanto, que se a terceirização
ilegal for aprovada pelo STF, irá desconstruir tudo o que foi feito
em prol das conquistas do direito do trabalho decente e
humano.
Terceirização setor bancário – Em
2013 os seis maiores bancos do país obtiveram conjuntamente R$ 56,7
bilhões de lucro. Apesar desse resultado assombroso, os bancos têm
reduzido cada vez mais a quantidade de trabalhadores formais,
enquanto a terceirização cresce de forma avassaladora.
Há
três fatores preponderantes na terceirização bancária: diferenças
salariais, jornada de trabalho maior e invisibilidade social. E, se o
adoecimento da categoria é de estarrecer, entre os terceirizados
chega a numerosos óbitos.
A hora é de mobilizar, cada vez
mais, a categoria bancária, juntamente com outras, para não
permitirmos a legitimação da barbárie. Afinal, não podemos
permitir a construção do país que queremos com o rebaixamento
social do ser humano.
* João Marcelo Lopes é bancário do Itaú e diretor do Sindicato de Pernambuco