Começam nesta
terça-feira, dia 19, as negociações da Campanha Nacional dos
Bancários de 2014. A primeira rodada prossegue até quarta, dia 20,
e vai discutir as reivindicações dos bancários para saúde e
condições de trabalho. A pauta foi entregue aos bancos na última
segunda-feira, dia 11 (leia mais aqui).
Segundo a presidenta
do Sindicato, Jaqueline Mello, os temas da primeira rodada de
negociações são de extrema importância para os bancários. “Nossa
categoria é uma das que mais adoece no Brasil, não só pela falta
de condições de trabalho, mas também por conta do assédio moral e
das metas abusivas. Estas questões estarão no centro das discussões
e esperamos conseguir avanços já, para começarmos as negociações
com o pé direito”, explica Jaqueline, que representa Pernambuco no
Comando Nacional dos Bancários, órgão responsável pelas
negociações com a federação dos bancos (Fenaban).
Nesta
primeira rodada, o Comando Nacional pretende fazer um amplo debate
sobre a saúde dos bancários e apontar para os problemas que a
categoria enfrenta diariamente. “Acima de tudo, vamos destacar
nossas reivindicações, que visam resolver esses problemas,
transformando os ambientes de trabalho em locais saudáveis, que não
adoeçam e causem este número gritante de afastamentos que há em
nossa categoria”, diz Jaqueline.
Metas abusivas impostas
pelos bancos e assédio moral estão dentre os inúmeros problemas
que têm feito o bancário pagar com a própria saúde. Em 2013,
18.671 bancários doentes foram afastados do trabalho pelo INSS. O
número representa um crescimento de 41% em relação aos últimos
cinco anos.
Entre os bancários, as doenças mentais já
superam os casos de LER/Dort (Lesões por Esforços
Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Do
total de auxílios-doença acidentários registrados pelo INSS em
2013, 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e
do sistema nervoso.
Isso significa dizer que de cada dez
bancários doentes, cinco são por depressão. Ao comparar os dados
2009 até 2013, os casos de doenças do sistema nervoso e transtornos
mentais e comportamentais cresceram 64,28%, saltando de 3.466 para
5.694.
