Sindicato amplia a luta pela isonomia de direitos entre novos e antigos empregados da Caixa

Dezenas
de bancários se reuniram na sede do Sindicato nesta quinta-feira,
dia 7, para participar do Encontro Estadual dos Empregados da Caixa
sobre Isonomia de Direitos. Durante o evento, os tralhadores elegeram
a delegação que representará Pernambuco no Encontro Nacional,
marcado para o dia 30 de agosto, em Brasília.

Para a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o Encontro Estadual foi
muito produtivo para organizar a luta pela isonomia de direitos.
“Também pudemos desmistificar algumas questões e esclarecer
outras. Na última década, conseguimos grandes avanços ao garantir,
nas negociações com a Caixa, a volta da maioria dos direitos que
foram retirados dos empregados contratados após 1998. Ainda faltam
alguns pontos e, para conquistá-los, só com mobilização e
pressão”, diz Jaqueline.

Plínio Pavão, ex-coordenador da
Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, órgão responsável
pelas negociações com o banco, participou do Encontro e apresentou
um histórico do problema e das soluções encontradas. Nos últimos
anos, Plínio foi linha de frente na batalha pela isonomia de
direitos.

“Eu entrei na Caixa em 1977. Todos os concursos
que tiveram depois retiraram algum direito dos novos contratados. Mas
o problema se agravou no final da década de 1990, quando o então
presidente Fernando Henrique Cardoso começou a preparar os bancos
públicos para a privatização, que era um dos carros-chefes do seu
governo. E a retirada de direitos dos empregados era parte do projeto
de privatização”, explicou Plínio.

A
retirada de direitos –

Em 1998, o governo FHC, por meio do antigo Conselho de Coordenação
e Controle das Empresas Estatais, retirou uma série de direitos dos
funcionários dos bancos públicos, criando na prática duas classes
de bancários: os pré e os pós-98.

“Os bancos públicos
passaram a discriminar os novos funcionários, que tinham muito menos
direitos que os antigos. Mas não deu tempo do governo FHC privatizar
os bancos públicos. Em 2003, Lula foi eleito presidente da República
e desde então conseguimos recuperar a grande maioria dos direitos
retirados pelo governo tucano. Independente de preferências
políticas e partidárias, o fato é que o governo do PSDB foi
extremante cruel com os bancários da Caixa, do
BB e dos demais bancos públicos”,
disse Plínio.

Durante o governo Lula, o movimento sindical
conseguiu avançar em vários pontos para garantir a isonomia de
tratamento a todos os funcionários dos bancos públicos. Plínio
enumerou: “Já conquistamos na
Caixa a
volta das Apips (Ausências Permitidas para Tratar de Interesse
Particular), a possibilidade de parcelar o adiantamento de férias, o
desconto proporcional ao salário de contribuição mensal do Saúde
Caixa, a mudança do Regulamento do Plano de Benefícios (REB) para o
Novo Plano da Funcef e a unificação das tabelas do Plano de Cargos
e Salários, entre outros pontos”.

Segundo Plínio, apenas
dois direitos dos empregados pré-98 ainda não foram conquistados
para os novos bancários: a licença-prêmio e o Adicional por Tempo
de Serviço (ATS), mais conhecido como anuênio. “Mas são direitos
extremamente importantes e, para conquistá-los, teremos que lutar e
muito. Aliás, todos os direitos que reconquistamos não vieram de
graça, porque a Caixa ou o governo Lula foram bonzinhos. Tudo foi
fruto de muita mobilização e pressão. E é nesta luta que temos de
nos espelhar agora
para
garantir a plena isonomia de direitos”, afirmou.

Além de
pressionar a Caixa, Plínio citou outra frente de batalha pela
isonomia. Trata-se do Projeto de Lei 6.295/2005 que tramita na
Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados e
prevê a isonomia de direitos para todos os trabalhadores da Caixa,
Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. “Por isso
precisamos pressionar, também, o Congresso Nacional”,
ressaltou.

Mobilização
Para
a secretária de Bancos Públicos do Sindicato, Daniella Almeida, o
Encontro Estadual foi muito importante para esquentar a luta pela
isonomia de direitos. “Agora, vamos para o Encontro Nacional para
definir os próximos passos dessa luta, que deve ter campanhas,
abaixo-assinados e negociações com o governo federal”,
explica.

Daniella participará do Encontro Nacional como
representante do Nordeste na Comissão Executiva dos Empregados da
Caixa. Além dela, Pernambuco levará outros quatro delegados eleitos
no Encontro Estadual: Adriana
Vieira de Barros Correia (agência
Olinda), Carlos
Antonio Pereira da Silva (agência
Conde da Boa Vista), Eudo
Cavalcanti de Almeida Monteiro (Av.
Guararapes) e Patrícia Coutinho (Caxangá).

>>
Veja a apresentação feita por Plínio Pavão no Encontro
Estadual

Pressão sobre o governo – Plínio
antecipou para os participantes da Conferência Estadual que a
Comissão Executiva dos Empregados da Caixa está tentando agendar uma
reunião com o ministro Gilberto
Carvalho,
da Secretaria-Geral da Presidência da República, para antes do Encontro Nacional. “Vamos
pressionar o ministro para que ele ajude os sindicatos a dialogar
sobre nossas demandas de isonomia com o governo federal”, finalizou
Plínio. 

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