O Sindicato e a
Contraf-CUT cobraram da Fenaban a emissão de Boletim de Ocorrência
(BO) em todos os ataques sofridos pelos bancos. A cobrança foi feita
nesta segunda-feira, dia 26, durante a quinta reunião do Grupo de
Acompanhamento dos Projeto-piloto de Segurança Bancária, realizada
no Recife.
Durante a reunião, os representantes da Secretaria
de Defesa Social de Pernambuco revelaram que os bancos não estão
registrando BO em todas as ocorrências. A Fenaban justificou que tem
aberto boletins no caso de assaltos, mas confessou que tem deixado de
registrar as ocorrências de arrombamento e furto.
A
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, destacou para os
representantes da Fenaban que os bancos estão descumprindo a
Convenção Coletiva dos Bancários, que garante o registro de BO em
todas as ocorrências. “Cobramos que os bancos regularizem
imediatamente a situação”, disse Jaqueline.
Para o diretor
da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança
Bancária, Ademir Wiederkehr, o registro de todas as ocorrências é
fundamental para auxiliar os sindicatos, os bancos e a própria
polícia no trabalho de prevenção à criminalidade.
“Precisamos
conhecer as reais fragilidades das agências para que os bancários e
clientes não fiquem expostos à insegurança. Queremos proteger a
vida das pessoas e, mesmo que o crime tenha ocorrido sem vítimas,
temos de conhecer as fragilidades para corrigi-las”, explicou
Ademir.
Mais segurança – O Projeto-piloto de
Segurança Bancária foi implantado há nove meses em 209 agências
de Recife, Olinda e Jaboatão. De lá para cá, o número de assaltos
a banco nestas três cidades caíram em 34%, segundo dados
apresentados na reunião desta segunda-feira – foram oito assaltos
desde agosto, contra doze no mesmo período do ano anterior.
O
Sindicato e a Contraf-CUT cobraram mais dados da Fenaban e da
Secretaria de Defesa Social, principalmente no que se refere aos
crimes de saidinha de banco. “Os representantes da Secretaria
disseram que este crime está bem tipificado e se comprometeram a
enviar os dados para nós nos próximos dias”, conta Admir.
Os
representantes da polícia, porém, disseram que os dados da saidinha
de banco são bastante subnotificados, já que boa parte das vítimas
não registra Boletim de Ocorrência. “Mesmo assim, solicitamos
dados dos dois anos anteriores ao projeto-piloto (de agosto de 2011 a
julho de 2013) e após a implantado dos itens de segurança (de
agosto de 2013 para cá)”, explica Ademir.
Segundo
Jaqueline, a Fenaban tentou minimizar a importância da saidinha de
banco, alegando que este tipo de crime não é objeto do
projeto-piloto. “Refutamos na hora esta afirmação da Fenaban, e
mostramos que este é sim um dos objetos do projeto. Não é a toa
que entre os itens de segurança instalados estão os biombos entre
os caixas para dar privacidade nas transações e câmeras nas áreas
internas e externas. No final, acho que fizemos um bom debate com a
Fenaban”, conta Jaqueline.
Correções – O
Sindicato e a Contraf-CUT exigiram dos bancos a instalação de
vidros blindados nas agências. Este item de segurança não estava
previsto no projeto-piloto. “Os bancos sempre alegaram que este
item não fazia diferença, já que os casos de assaltantes que
entravam nas agências quebrando os vidros eram esporádicos. No
entanto, dos oito assaltos sofridos em Recife, Olinda e Jaboatão
após a implantação do projeto-piloto, quatro só foram possíveis
porque os bandidos quebraram o vidro das agências utilizando
marretas. Reafirmamos a importância dos vidros blindados, porque
banco não é butique e não pode ter fragilidade alguma na
segurança”, destacou Ademir.
O diretor do Sindicato, João
Rufino, relatou na reunião que um dos problemas do projeto-piloto
eram os biombos instalados de forma irregular. “Constatamos nos
últimos dias que o Itaú corrigiu os problemas que apontamos e agora
os biombos estão instalados de forma correta. O único banco que
ainda tem problemas nesta área é o Banco do Brasil”, disse.
Além dos biombos e das câmeras nas áreas internas e
externas das agências, o projeto-piloto garantiu, também, a
instalação de porta giratória com detector de metais,
guarda-volumes e cofres com retardo, além da presença de vigilantes
armados e com coletes a prova de balas.
A próxima reunião
do Grupo de Acompanhamento ficou marcada para o dia 21 de julho.
Participação – Também participaram da reunião a secretária de Finanças do Sindicato de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, e o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Carlos Damarindo. A SDS foi representada por um investigador da Polícia Civil e por dois coronéis da Polícia Militar. Já as prefeituras das três cidades do projeto-piloto e o Ministério Público, mais uma vez, não compareceram.