Clientes de Nazaré e São Lourenço da Mata demonstram indignação com Santander

Clientes do Santander
em Nazaré da Mata e São Lourenço criticaram o desrespeito do banco
e se somaram aos protestos contra o fechamento das agências. O ato,
nos dois municípios, foi promovido pelo Sindicato nesta quarta, 21,
como parte da Jornada Nacional de Luta contra as Demissões no
Santander. Juntou aposentados com mais de vinte anos de conta na
agência, pessoas com necessidades especiais, profissionais de
diversas ocupações – muitos deles com familiares que também têm
conta no banco.

A agência Nazaré da Mata, na Zona da Mata
Norte do estado, é uma das dez unidades que estão previstas para
serem fechadas. No município tem apenas três outras unidades
bancárias. Segundo informações dos trabalhadores, recolhidas em
reunião antes do anúncio do fechamento, a agência é a sétima em
lucratividade na região. Dos quatro gerentes que atuavam na unidade,
dois já foram transferidos para Carpina e os demais estão
realizando trabalho externo para convencer os clientes a transferir
suas contas.

Depois que o ato foi encerrado no interior da
agência, os diretores do Sindicato permaneceram em frente a unidade,
onde a população se aglomerou para escutar as informações e
assinar o Manifesto contra o Fechamento de Agências e Demissões em
Massa.

A atividade repercutiu na mídia local, com cobertura
das rádios Naza FM, que abrange toda a Mata Norte e metade do
Agreste pernambucano, e da Rádio Comunitária Alternativa FM, que
cobre o município e algumas cidades vizinhas.

São
Lourenço
– A indignação dos clientes se repetiu no município
de São Lourenço. A
cidade que vai sediar a Copa do Mundo tem apenas cinco agências
bancárias e uma população de 102.895
habitantes. No entanto, dos oito funcionários que existiam, dois
estão de licença médica, dois foram demitidos e um foi
transferido. Os três que restaram não têm nenhuma informação
oficial sobre o que vai acontecer com eles.

Laís Fernanda de
Oliveira é uma das que foram dispensadas pelo banco e estava de
passagem pela agência durante a realização do ato. Demitida no dia
7 de maio, após dois anos de trabalho e mais um ano e meio como
estagiária no local, ela critica a decisão do Santander: “São
Lourenço é um município que vem crescendo por conta da Copa. A
demanda é imensa…”, diz.

No vidro de entrada do
autoatendimento, um cartaz avisava sobre a decisão do banco e
orientava os clientes a transferirem suas contas para Camaragibe.
Apesar do aviso, muitos clientes se surpreenderam com a informação
sobre o fechamento, levada pelo Sindicato.

“Em todas as
agências por onde estamos passando, recebemos apoio de clientes,
bancários, sociedade, parlamentares… A indignação é geral! E
nós vamos continuar lutando…”, afirma a dirigente da Fetrafi-NE
(Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste),
Tereza
Souza.

Confira abaixo os depoimentos de clientes:

“Ir
para Carpina receber dinheiro? Só se eles me derem um carro… Eu
tenho conta aqui há tanto tempo que nem lembro. O banco já mudou de
nome várias vezes e
eu sempre com minha conta aqui… Agora querem fechar. Eu não sei
pra que isso. Se tá tudo certo, pra que fechar?”
Maria
José, 76 anos, pensionista, cliente da agência Nazaré da
Mata

“Isso
que estão fazendo com os funcionários e com a gente é um crime.
Mandar um deficiente, um idoso pra Carpina é criminoso. Aqui a gente
é muito bem atendido. Não vejo nenhum motivo pra fechar a agência
e obrigar a gente a ir pra outra cidade”
Edileuza
Maria, aposentada, cliente da agência Nazaré da Mata desde os
tempos do Bandepe

“Tenho
cartão, cheque especial e, mesmo assim, não me deram nenhuma
satisfação, só colocaram um aviso na porta. Quando fui perguntar o
que estava acontecendo, disseram que eu teria que mudar pra Carpina.
Se a gente, aqui, já corre risco, imagina ter que sair pra Carpina
com nosso dinheiro?”
Bertiane
Carneiro, comerciante, cliente da agência Nazaré da Mata desde
96

“Eu
nem havia lido o aviso na porta. Se não fosse pelo Sindicato, só ia
saber quando já tivesse fechado. Sou cliente, meu pai é cliente…
Acho isso uma falta de respeito. Eles não deveriam fechar a agência,
muito menos mandar a nossa conta para Camaragibe”
Regilda
Melo, designer, cliente da agência São Lourenço da Mata


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