Os bancários do HSBC
paralisaram a agência Centro do Recife nesta quarta-feira, dia 23,
em protesto contra o processo de reestruturação em andamento no
banco que está provocando demissões e fechamento de unidades e
piorando as condições de trabalho. A agência, localizada na
avenida Conde da Boa Vista, um dos mais importantes corredores
bancários da capital pernambucana, permaneceu fechada durante todo o
horário de expediente bancário.
O ato no Recife fez parte do
Dia Nacional de Luta em Defesa do Emprego, organizado pela Comissão
Nacional dos Funcionários do banco. Durante a paralisação, os
diretores do Sindicato distribuíram carta aberta aos clientes
intitulada “HSBC: descaso no Brasil e no mundo” para
explicar os motivos dos protestos e pedir o apoio de toda a
população.
Na carta aberta, os dirigentes sindicais
denunciam que somente nos três primeiros meses de 2014 o HSBC já
fechou 20 agências e demitiu 142 funcionários no país, gerando um
sentimento de insegurança e incerteza entre os trabalhadores.
Como
se não bastassem as demissões e o fechamento de unidades, o banco
inglês inicia mais um processo de mudanças no Brasil, transformando
agências convencionais em “agências de negócios”,
aquelas com menor estrutura e sem atendimento ao público em geral,
apenas às chamadas “contas corporativas”.
Para o
diretor do Sindicato e secretário de Assuntos Jurídicos da
Contraf-CUT, Alan Patrício, a paralisação de 24 horas é um
protesto contra a forma intransigente que o banco vem conduzindo o
processo de “reestruturação” da empresa no país e pela
falta de diálogo como a representação dos trabalhadores.
“Temos
pressionado o banco já há alguns meses por conta do não pagamento
da PLR e do abono. Na última reunião, realizada no dia 15 deste
mês, o HSBC confirmou o fechamento de 20 agências no Brasil e a
demissão de mais de 140 bancários. Em resposta, a comissão dos
funcionários viu a necessidade de realizar esta mobilização
nacional para chamar o banco à responsabilidade. Estamos mobilizando
hoje em todo o país para exigir contratações, o fim das demissões
e que o banco venha a colocar em mesa o seu projeto para 2014 e 2015.
Hoje, o clima entre os funcionários é péssimo, com tensão e medo
de serem demitidos a qualquer momento”, esclarece Alan.
O
diretor do Sindicato também explicou porque os trabalhadores optaram
pelo fechamento das agências localizadas nas principais praças de
negócios do HSBC no país e alertou que, caso o banco não mude de
postura, os protestos poderão ser ampliados.
“Priorizamos
nos protestos desta quarta fechar apenas as agências das principais
capitais do pais: São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Campo Grande,
Recife, Salvador e Aracaju. No Rio de Janeiro hoje é feriado, por
isso não está participando. Temos informações preliminares de que
foram fechadas mais de 50 unidades do banco. A ideia é mostrar ao
HSBC que os trabalhadores estão organizados e prontos para encarar
uma paralisação mais forte”, alerta Alan.
O secretário
de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, avaliou positivamente
o protesto e defendeu a mobilização como forma de resposta dos
funcionários à truculência e ao desrespeito do HSBC. “Dialogamos
com a população, explicando que nossa luta também e pelos clientes
porque essas demissões refletem na piora do atendimento”, conta
Geraldo.