De hoje até quarta-feira, 19, os professores das escolas públicas de todo o país realizam paralisação. Confira a carta do Sindicato Único dos Profissionais do Magistério Público das Redes Municipais de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinduprom-PE)
Por pressão dos prefeitos e governadores, o Governo Federal recuou em relação ao reajuste do Piso Salarial Profissional Nacional dos Profissionais do Magistério, repassando um valor muito aquém dos 19% antes previstos (mês de novembro), ficando nos míseros 8,32%, um por cento acima da inflação, o que não nos valoriza e nem estimula a prática docente, pois das categorias que tem nível superior, a que tem a menor remuneração é o Magistério.
A Lei do Piso não é cumprida na integra, já tendo uma perda de mais de 70% em apenas cinco anos no valor real; a jornada de 1/3 de aulas atividades não está sendo assegurado, tendo a categoria de trabalhar parte da jornada, sem a devida remuneração. Os recursos dos royalties do petróleo, só no sonho ou em nossa imaginação; os congressistas, por irresponsabilidade e falta de compromisso, não votam o Plano Nacional de Educação, que assegura 10% do PIB para a educação pública, etc.
Sem recursos e com o índice alarmante de corrupção e desvio dos recursos públicos, a educação está sendo lentamente sucateada e destruída (um velho objetivo na elite econômica e política neste País). Escolas com estruturas comprometidas, telhados destruídos; escolas sem banheiros; escolas sem carteiras escolares; falta água potável; falta material didático; falta de merenda escolar; transporte escolar em pau de arara, inseguro e sem manutenção; esgoto ao céu aberto; falta segurança no ambiente escolar; professores não são capacitados; mal remunerados e sem valorização profissional; grande índice de analfabetismo e de evasão escolar; etc. O Brasil colocado entre as piores nações nos indicadores educacionais, ficando em 88º lugar, dos 165 países avaliados.
A escola pública no Estado de Pernambuco está completamente sucateada, além de sermos o 25º no aprendizado dos alunos, entre 27 Estados, perdendo só para o Maranhão e Alagoas. É o estado que paga o pior salário do Nordeste aos professores. Nos municípios, os professores perderam as gratificações, são mal remunerados, não podem ter opinião própria, o sindicato é perseguido; o piso está achatado e recebemos, na grande maioria, o piso mínimo do MEC.
Não podemos DYNAMICuar com essa política nociva a escola pública, muito menos pecarmos por omissão. Só a luta irá mudar esta realidade tão triste para nós professores, para os alunos e pais e para a sociedade em geral, que não tem mais perspectiva em uma escola melhor para todos, como assegura a Constituição.
Por isso e por mais, vamos parar o País!
Nos dias 17, 18 e 19 de março, não haverá aula nas escolas públicas.