‘Eles voltam’ finalmente estreia no Recife, após carreira pelo mundo


Depois de circular por 12 países da América, Europa e Ásia, com direito a elogios no jornal The New York Times, o filme Eles voltam finalmente entra em cartaz no Recife, nesta sexta-feira (7), em dois cinemas (São Luiz e Fundação). O longa-metragem do cineasta Marcelo Lordello venceu o Festival de Brasília em 2012 e faz parte de uma vitoriosa safra do novo cinema pernambucano, ao lado de TatuagemO som ao redor, Boa sorte, meu amorO homem das multidões e Era uma vez eu, Verônica.

O filme começa em uma rodovia cercada de canaviais, onde uma adolescente está perdida, sem conseguir se comunicar com os pais. A menina de 12 anos, chamada Cris, é interpretada por Maria Luiza Tavares, que ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Brasília (Simone Spoladore, Irene Ravache e Hermila Guedes estavam entre as concorrentes).

Sozinha, sem entender por que foi abandonada, a garota é obrigada a procurar abrigo em uma comunidade nas redondezas. Em sua visão de mundo, aquele lugar é o meio do nada. Aos poucos, o filme mostra que ela é uma menina de classe média, estudante de uma escola particular, que se vê obrigada a entrar em contato com uma realidade social diferente da sua.

Apesar de ter acesso a uma suposta boa educação, Cris não conhece o mundo real. Seus valores morais a tornam praticamente uma ignorante. Ela deve estudar inglês, mas não consegue se comunicar direito com pessoas de sua própria terra. O filme a mostra no shopping com as amigas, sem a companhia dos pais, mas ela não sabe o que fazer ao se ver sozinha em uma vila rural.


Todas essas relações sociais são sugeridas de maneira sutil. Há todo um conteúdo sócio-antropológico, mas o filme não o transmite de forma explícita ao fugir de mecanismos narrativos excessivamente didáticos. Essas informações estão lá para todos verem, sem a necessidade de ênfases sublinhadas por recursos como a trilha sonora (as músicas, discretas, são de do violonista Caçapa).

O ritmo do filme também foge da pressa explicativa (o cinema iraniano seria uma referência). A agonia da passagem do tempo, que afeta as emoções da personagem e mexe com suas noções sobre a vida, é compartilhada com o espectador em momentos alternados de tensão, tédio, desconforto e desolação. Uma certa predisposição pode ser necessária para viajar na jornada de Cris.
Ficha técnica

Direção: Marcelo Lordello
Produção Executiva: Mannu Costa
Direção de Produção: Marilha Assis
Fotografia: Ivo Lopes Araújo
Montagem: Eduardo Serrano
Figurino: Caroline Oliveira
Direção de Arte: Iomana Rocha
Trilha sonora: Caçapa
Som: Guga Rocha, Pablo Lopes (Fábrica Estúdios), Nicolau Domingues

Elenco:
Maria Luiza Tavares, Mauricéia Conceição, Irma Brown, Georgio Kokkosi, Elayne de Moura, Jéssica Silva, Clara Oliveira, Germano Haiut, Teresa Costa Rêgo

Festivais internacionais

em 2013, foi ovacionado pela crítica estrangeira

HOLANDA (Janeiro)
International Film Festival Rotterdam

ESTADOS UNIDOS (Março)

New Directors New Films (Nova York)

PORTUGAL (Abril)

Indie Lisboa

COREIA DO SUL (Maio)

Jeonju International Film Festival (Seul)

ESTADOS UNIDOS (Maio)

San Francisco International Film Festival

CHILE (Agosto)

Santiago Festival Internacional de Cine

ESTADOS UNIDOS (Setembro)

Latin American Film Festival (Washington DC)

LITUÂNIA (Outubro)

Kaunas International Film Fetsival

NORUEGA (Outubro)

Film Fra Sor (Oslo)

INGLATERRA (Outubro)

London Film Festival (Londres)

SUÉCIA (Outubro)

The Brazilian Film Festival in Scandinavia (Estocolmo)

Expediente:
Presidente: Fabiano Moura • Secretária de Comunicação: Sandra Trajano  Jornalista ResponsávelBeatriz Albuquerque • Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto • Produção de audiovisual: Kevin Miguel •  Designer Bruno Lombardi