O
Banco do Brasil está tentando tirar proveito dos bancários nas
audiências da Comissão de Conciliação Voluntária (CCV),
instalada há pouco mais de um mês em Pernambuco. Até agora, foram
realizadas cerca de 150 reuniões na sede do Sindicato. E,
em todas elas, o banco apresentou propostas rebaixadas para as
demandas sobre as 7ª e 8ª horas feitas pelos funcionários.
Segundo
a diretora do Sindicato Azenate Albuquerque, as propostas
apresentadas pelo Banco do Brasil para os funcionários correspondem
a menos
de 20%
dos direitos que os trabalhadores estão cobrando na Justiça. “E o
pior é que o BB não tem aberto qualquer possibilidade de diálogo
ou de apresentação de contrapropostas nas audiências. Não há
negociação, o banco chega com a sua proposta rebaixada e dois
termos: um em que o bancários aceita e outro
em que ele recusa o acordo”, explica Azenate.
O Sindicato,
que acompanha os bancários em todas as audiências, tem orientado
sistematicamente os funcionários a recusarem as propostas
apresentadas pelo banco. “Mas, infelizmente, as pessoas acabam
aceitando o acordo, com medo de represálias. Os bancários temem que
a recusa do acordo prejudique sua carreira ou mesmo a relação com o
banco no caso daqueles que exercem cargo de confiança. Em geral,
apenas as pessoas que têm ação em fase de execução estão
recusando um acordo pela CCV”, diz Azenate.
O público-alvo
da CCV recém-instalada é composto por mais de mil bancários que
aderiram às novas funções gratificadas em Pernambuco. Graças à
pressão do Sindicato, não há suspensão dos processos judiciais,
como queria o Banco do Brasil. “Ou seja, a instalação da CCV não
causa prejuízos para os bancários que possuem ações na Justiça
contra o BB. Por isso, reafirmamos, ninguém precisa fechar acordo na
Comissão de Conciliação Voluntária”, finaliza Azenate.