O
protesto realizado pela categoria dos vigilantes nesta sexta-feira,
dia 7,
na zona sul do Recife, mostrou como os bancos não hesitam em colocar
em risco as vidas de seus funcionários e clientes. Todas as agências
abriram,
de forma irregular, com exceção da unidade do Banco do Brasil na
Barão de Souza Leão e de uma agência pequena do Bradesco na
Domingos Ferreira –
que estavam com vigilantes.
“A Lei 7102 e as diversas portarias da Polícia Federal são
claras: bancos e empresas de guarda
e movimentação de numerários não podem funcionar sem vigilantes.
As
agências estavam fora-da-lei”, afirma o secretário de Formação
do Sindicato, João Rufino, representante do Nordeste no Coletivo
Nacional de Segurança Bancária.
O Sindicato visitou todas as
agências da
zona sul do Recife e
flagrou situações absurdas: pessoal de serviços gerais,
terceirizados da área
de estacionamento e até bancários na
entrada da agência fazendo
a triagem nas portas com detector de metais.
Os
bancos tentaram argumentar afirmando que o serviço de tesouraria não
estava funcionando. “Mas e os caixas? E o autoatendimento?”,
questiona Rufino. Em uma agência do Itaú, o Sindicato constatou que
até a tesouraria fora aberta. “Encontramos funcionários
apavorados, tensos. Muitas dessas agências já passaram por vários
assaltos. É uma falta de responsabilidade dos bancos”, diz
Rufino.
As
irregularidades foram fotografadas e serão enviadas à Polícia
Federal,
junto com o
ofício que
ratifica a denúncia
feita pelo Sindicato em
protesto anterior dos vigilantes, realizado no corredor da Conde da
Boa Vista (leia
aqui).
Campanha
salarial – As
paralisações são organizadas
pelo Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco e
já atingiram
outras regiões,
como Olinda, Abreu e Lima, Paulista, Igarassu e Itamaracá.
Os
vigilantes estão
em campanha salarial e reivindicam
reajuste de 20%, aumento do valor do tíquete-alimentação de R$ 12
para R$ 19 diários e a
redução
na jornada de trabalho. Mas, até agora, tudo o que os patrões
ofereceram foi reajuste de 5,9% nos salários e tíquetes. Em outros
estados e capitais, como Curitiba e Brasília, a categoria conseguiu
reajustes acima de 8%, o que comprova a importância das Convenções
Coletivas Nacionais.
Novas paralisações estão previstas
para a próxima semana. “O Sindicato vai ficar de olho, para
impedir que, mais uma vez, os bancos descumpram a lei para pôr em
risco a vida de bancários e clientes”, afirma João Rufino.