A Contraf-CUT e o
Sindicato garantiram nesta segunda-feira, dia 23, novos avanços no
acompanhamento do projeto-piloto de segurança bancária, implantado
desde agosto em 209 agências de Recife, Olinda e Jaboatão dos
Guararapes. Em reunião realizada com o novo secretário de Defesa
Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho de Mattos, e com os
comandos das polícias Civil e Militar, na capital pernambucana, os
representantes dos bancários obtiveram estatísticas de ataques a
bancos registrados em todo o Estado, consumados ou não, bem como a
garantia de acesso a novas informações.
Acesso aos
Boletins de Ocorrência – A cada quinze dias, a polícia vai
passar para a Contraf-CUT, o Sindicato e a Febraban dados detalhados
dos ataques em todo o Estado, informando o nome do banco, a agência ou
posto de atendimento que foi vítima dos bandidos, histórico e
número do Boletim de Ocorrência.
“Esta é uma conquista
importante, que os bancos estavam negando. Com esses dados em mãos,
teremos condições de analisar melhor cada ataque, o que será
importante para avaliar a eficácia dos equipamentos que integram o
projeto-piloto e propor soluções para eventuais problemas. É mais
um passo importante para garantir a transparência deste programa que
visa proteger a vida de bancários, vigilantes e clientes”, explica
o diretor da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de
Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr. Para ele, o acesso a dados
dos boletins de ocorrências abre precedente para que outros Estados
façam o mesmo.
Puxão de orelha – Os bancos, que
também participaram da reunião desta segunda-feira, levaram um
puxão de orelhas dos delegados da Polícia Civil. Segundo eles, nem
todos os ataques estão sendo registrados pelas instituições
financeiras em Boletim de Ocorrência.
“A Contraf-CUT e o
Sindicato têm feito esta denúncia há muito tempo e agora os
delegados confirmaram. A emissão dos Boletins de Ocorrência está
garantida no Item B da Cláusula 32 da Convenção Coletiva de
Trabalho. Não admitimos que os bancos descumpram o acordo que
conquistamos em 2010 com muita luta e que é importante para
registrar os ataques e produzir estatísticas”, diz Ademir.
Os
delegados também ressaltaram que vários ataques a bancos ocorrem no
horário de almoço dos vigilantes e, como se não bastasse, há
seguranças em desvio de função ao entregar senhas para
clientes.
“Os delegados falaram o que a gente tem alertado
há muito tempo aos bancos. Várias agências reduziram o número de
vigilantes e até acabaram com o rendeiro, colocando em risco a
segurança de trabalhadores e clientes, o que facilita a ação dos
bandidos. Além disso, a utilização de vigilantes para distribuir
senhas e organizar filas – num desvio de função, pois esses
serviços são atribuições da nossa categoria -, só fragiliza a
segurança”, frisou a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello,
durante a reunião.
Ademir destacou que a diminuição de
vigilantes e a falta de rendição no horário de almoço, em
desacordo com o plano de segurança dos estabelecimentos, têm sido
uma das principais infrações que têm gerado multa para os bancos
nas reuniões da Ccasp (leia mais aqui). “Os bancos encaram a
vigilância como custo que pode ser reduzido para aumentar ainda mais
os lucros, o que contraria a lei federal nº 7.102/83”,
salientou.
Estatísticas da saidinha de banco – Durante
a reunião desta segunda, as polícias Civil e Militar já
disponibilizaram os dados de ataques a bancos em Pernambuco
registrados em 2012 e até novembro de 2013. Segundo a presidenta do
Sindicato, os representantes dos bancários solicitaram mais dados,
como as ocorrências de saidinha de banco do mesmo período.
“A
polícia ficou de nos apresentar os dados da saidinha de banco de
2012 e 2013. Depois, vamos receber estes dados também
quinzenalmente. Vamos analisar tudo para avaliar a eficácia dos
biombos, uma das medidas que integram o projeto-piloto”, disse
Jaqueline.
Ampliação do grupo de trabalho – A
partir de agora, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e os
comandos das polícias Civil e Militar vão participar das reuniões
do grupo de acompanhamento do projeto-piloto, conforme reivindicação
do Sindicato e da Contraf-CUT, com a concordância dos representantes
da Febraban.
No último encontro, realizado no dia 16, os
bancos já tinham aceitado outras duas reivindicações: a realização
de reuniões ampliadas do grupo com a participação de
representantes das 209 agências bancárias de Recife, Olinda e
Jaboatão que integram o projeto-piloto, e reuniões com as
prefeituras das três cidades, com o Governo do Estado e o Ministério
Público. Esses encontros devem ser realizados na segunda quinzena de
janeiro.
Além de Ademir e Jaqueline, representaram os
bancários na reunião desta segunda o secretário-geral do
Sindicato, Fabiano Félix, e os diretores do Sindicato João Rufino,
que representa o Nordeste no Coletivo Nacional de Segurança
Bancária, e Suzineide Rodrigues.