Sindicato repudia decisão da Caixa de não pagar horas-extras do pós-greve

A Caixa Econômica
Federal não vai pagar a totalidade das horas extras – autorizadas,
inclusive, além do limite legal de duas horas diárias – feitas em
caráter excepcional logo após o fim da greve da categoria, de 14 a
16 de outubro. Segundo a Gerência de Negociações Coletivas
(Geing), o parâmetro para o pagamento das referidas horas é o que
está no acordo coletivo, ou seja: 50% das horas extraordinárias e
compensação da outra metade.

Na verdade, a Caixa resolveu
jogar no colo das superintendências regionais no Grande Recife e no
Interior, a tarefa de dizer não à reivindicação do Sindicato. Em
resposta ao ofício encaminhado
pela entidade no dia 15 de outubro de 2013, o banco afirma que a
partir do patamar do acordo
coletivo, “fica a critério
da gestão considerando a limitação orçamentária de cada unidade
e a necessidade inadiável de se realizar determinadas atividades”,
afirma em correspondência datada do dia 7 de novembro.

“A
Caixa usa dois pesos e duas medidas: na hora de atender às
necessidades especiais da empresa, vale, inclusive, extrapolar os
limites legais – em outubro foram autorizadas até quatro horas
extras diárias, duas a mais do que é previsto em lei. Na hora de
recompensar o esforço e o comprometimento dos empregados, vale o que
está escrito no acordo coletivo em vigor. Esse jogo de empurra
mostra a falta de sensibilidade do banco, na contramão do nível de
exigência dos empregados”, avalia Jaqueline Mello, presidenta do
Sindicato e empregada da Caixa.

Depois da resposta da matriz
do banco, o Sindicato insistiu, por escrito, junto à SR-Recife e à
SR-Centro Oeste para que orientassem o pagamento do total das horas
trabalhadas a mais naquele período e não a compensação de metade
delas, conforme a Geing. No documento, informa as diversas
demonstrações de insatisfação dos empregados com o não pagamento
das horas extras.

A resposta, entretanto, veio na contramão
das expectativas, e de forma verbal: o orçamento não comporta e não
foi autorizado a suplementação para este fim, afirmou o gestor
local do banco à presidenta do Sindicato.

Para Jaqueline, a
atitude do banco é injustificável: “É muito ruim a forma como a
Caixa está tratando o assunto. Repudiamos, enfaticamente, essa
atitude. Ao invés de pagar as horas extras, o banco se vale de
paliativos, como esse de antecipar em quatro dias o pagamento da
folha de dezembro (leia aqui). O que queremos é o respeito à jornada, melhores
condições de trabalho e mais contratações para atender às
demandas cada vez mais intensas, independentemente de greve”,
afirma a presidenta do Sindicato.

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