Situação da agência Cabo do Santander é de calamidade

O
Sindicato vai solicitar ao Ministério Público do Trabalho e ao
Procon estadual que intensifiquem a fiscalização das condições de
atendimento das agências do Banco Santander no Cabo do Santo
Agostinho e em Ipojuca. Vai, também, intensificar as visitas ao
local para monitorar as condições de trabalho a que os funcionários
do banco vêm sendo submetidos. “Caos é pouco para definir a
situação, é uma calamidade”, resume o secretário de Saúde do
Sindicato, Wellington Trindade, impressionado
com o que viu.

Wellington visitou a agência na quinta-feira
passada, dia
5, acompanhado do também diretor, Onésimo
Renaux, responsável pela área. Foram também à Agência Ipojuca,
que por ser a mais próxima da primeira, padece do efeito
contaminador das mazelas da vizinha. Os dirigentes verificaram que
tudo está pior do que sempre foi: superlotação, excesso de
clientes para poucos bancários, adoecimento em massa de funcionários
sem a devida substituição, o que reforça os problemas de
atendimento, e estabelece o círculo vicioso.

“Mesmo sendo
período de alta demanda, por conta de pagamento de aposentadorias e
da folha de salário das empresas, o fundamental é que a agência
não tem a mínima condições de atendimento, tanto física como em
número de pessoal. Além disso, descobrimos, agora, que
o banco incluiu o Cabo e Ipojuca na categoria de
interior, e como trabalha com horário de verão, encerra o
atendimento às 14h, o que complica ainda mais a situação”,
explica o diretor.

De acordo com Wellington,
o aumento da demanda de serviços bancários nessa época do mês não
justifica o que se vê na agência Santander: “Fomos às agências
de outros bancos na área – Itaú, Bradesco ou mesmo Banco do
Brasil e a Caixa, que concentra o atendimento dos programas
governamentais; estavam cheias, mas nada parecido, pois têm bateria
de caixas”, garante.

Efeito dominó
– E há um efeito multiplicador dos problemas, que acaba
contaminando a agência de Ipojuca do Santander, que, por não ter
condições de atender, também repercute na agência de Prazeres, e
assim sucessivamente: “É impressionante, o efeito dominó”,
observa Wellington que, na segunda, 16, volta ao Cabo para nova
visita.

Para se ter ideia da dimensão e das consequências do
caos, dos dezesseis
funcionários da agência Cabo, seis estão de licença. A unidade só
dispõe de um caixa, além de dois emprestados de outra agência,
mais um tesoureiro; o outro, um rapaz de 21 anos, foi sequestrado,
saiu de licença-médica, e foi transferido.

Três dos
bancários afastados pelo INSS o foram por transtorno prós-traumático
por terem sido agredidos por clientes: o gerente Administrativo e
dois gerentes de Contas. Há pouco mais de uma semana, o gerente
Administrativo – o substituto do anterior – e uma caixa foram
sequestrados ao final expediente e também estão licenciados; a
bancária está grávida e foi agredida fisicamente (ouça
aqui
e saiba mais
aqui
).

Recentemente, a
agência foi multada, por ação do Ministério Público, por não
cumprir as condições legais mínimas para atender o público: não
há cadeiras – nem espaço suficiente -, não há banheiro nem água
para os clientes.

A despeito disso, os diretores do Sindicato
constataram que não há pressa e, ao que tudo indica, nem interesse
do banco em, no curto prazo, oferecer solução aos problemas que se
acumulam há mais de ano. A mudança da agência para local mais
adequado não acontecerá em fevereiro, conforme informação que
chegou ao Sindicato (aqui),
mas, se tudo correr conforme a previsão do banco, em setembro de
2014.

“Fomos até o local previsto para instalar a agência,
na área central da cidade (a atual fica na BR, na entrada do Cabo).
Lá funciona um clínica ortopédica, que sequer foi demolida”, diz
Wellington.

Em Ipojuca, a agência não
pode mais emprestar caixas para a vizinha do Cabo, pois só tem um
trabalhador na ativa. Os outros dois, uma está em
licença-maternidade, o outro está em afastamento-saúde pelo INSS,
por LER/Dort.

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