Com seus solos criativos, melodias refinadas e muita sensibilidade nas composições, José Domingos de Morais inscreveu seu nome na história da música brasileira. Neném do Acordeom de Garanhuns virou o sanfoneiro Dominguinhos, o legítimo herdeiro de Luiz Gonzaga. Mas ele não se limitou ao forró, ao xote, ao baião. Transitou ainda pela bossa nova e o jazz, talento compartilhado principalmente quando acompanhava nomes como Nara Leão, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Elba Ramalho, Chico Buarque e Toquinho. Homenageado da sexta edição do Jazz Porto – Festival de Jazz & Blues de Porto de Galinhas, Dominguinhos recebe um tributo póstumo na abertura amanhã, às 20h, no balneário de Ipojuca, com oscantores Josildo Sá e Liv Moraes (filha de Dominguinhos) e os guitarristas, Fred Andrade e Leo Lira, no palco das Piscinas Naturais.
No repertório do tributo a Dominguinhos estão sucessos como Lamento sertanejo, Eu só quero um xodó, Abri a porta, Tenho sede e Tô com saudade, executadas com arranjos de blues. O Jazz Porto recebe até domingo 17 atrações nacionais e internacionais. “Para este ano, a novidade é o palco Beijupirá, montado junto ao Centro de Informações Turísticas. Além dos shows principais no Palco das Piscinas Naturais, haverá pocket shows, em polos gastronômicos, galerias e no calçadão”, diz o criador do festival, Eduardo Côrtes. A curadoria e direção artística é de Giovanni Papaléo, da Uptown Band.
Um dos shows mais esperados é o de Kiko Loureiro, compositor e guitarrista da banda metal melódico/power metal Angra, que toca acompanhado da Uptown Band, repetindo uma parceria que deu certo este ano no Garanhuns Jazz. O repertório é baseado no show Beatles in blues, com versões para Helter skelter, Eleonor Rigby, We can work it out, Yer blues, Back in the USSR e Love me do.
Dois dos convidados do festival deste ano já fizeram sucesso em edições anteriores. O saxofonista, guitarrista e tecladista americano Warren Atiba Taylor, um autêntico showman, e o gaitista Jefferson Gonçalves, que comanda a Harp Night com o mestre da harmônica pernambucana Jehovah da Gaita (PE) e o paulista Marcelo Naves (SP), que tocou recentemente com Mud Morganfield, na prévia do festival no Downtown. A musa desta edição é cantora paulista Nathalie Alvim, 22 anos. Ela faz releituras e versões para soul music de clássicos do rock como Sympathy for the devil, While my guitar gently weeps, Back in black, Heartbreak Hotel e Hello I love you.
Durante o Jazz Porto, o público pode conferir o Circuito Gastronômico New Orleans, com pratos especiais inspirados na cultura do jazz e do blues, que ocorre em dez restaurantes de Porto de Galinhas. E na Galeria Paraoby, o artista plástico Carcará, reconhecido por suas esculturas feitas em troncos de coqueiros, irá mostrar sua exposição Monstros do jazz & blues.