Dois
funcionários do Santander do Cabo viveram, na noite desta
quinta-feira, 28, momentos de tensão. O expediente havia encerrado e
uma das trabalhadoras, gestante de três meses, pegou carona com o
colega, gerente da unidade. No caminho para suas casas, o carro foi
trancado por bandidos que os fizeram de reféns e os obrigaram a
retornar à agência.
É a terceira vez que funcionários
desta mesma agência são vítimas de sequestro. O bancário abordado
veio de outra unidade para substituir o antigo gerente
administrativo, afastado por doença psíquica após um sequestro.
Também o tesoureiro da unidade está afastado. Em julho, ele foi
vítima de bandidos que o abordaram em sua casa e fizeram sua família
refém (leia aqui).
Desta vez, ao retornarem à agência, uma parte dos
sequestradores ficou no carro com a bancária enquanto outra se
dirigia à unidade com o gerente. No entanto, um carro de polícia
passou no local e o trabalhador se jogou em frente ao carro para
pedir ajuda. O assalto acabou não sendo consumado. Mas a funcionária
ainda viveu muitos momentos de agonia: “Ela sofreu agressões
físicas e muitas ameaças, inclusive de morte. O grupo manteve-a
como refém durante a fuga e ela foi solta no meio da BR, em direção
a Ipojuca”, conta o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington
Trindade.
Segundo Wellington, a localização da agência
torna os bancários vulneráveis às investidas criminosas. “O
lugar é isolado. Há um terreno baldio nos fundos e uma casa
abandonada ao lado. Faz tempo que o banco diz que já tem um prédio
para abrigar a nova sede da agência e que só falta resolver a
liberação do alvará. Enquanto isso, a insegurança destrói a
saúde dos trabalhadores”, afirma o dirigente.
A insegurança
não é o único problema da agência. O Santander do Cabo tem índice
altíssimo de adoecimentos. Não há infraestrutura nem funcionários
suficientes para dar conta da demanda. Em dias de pagamento, eles
vivem um verdadeiro caos. “Só uma folha de pagamento tem 400
pessoas. E são várias. Com o desenvolvimento daquela área do Cabo
e Ipojuca, a demanda cresceu muito, mas não houve contratações nem
se investiu em melhorias para a agência”, critica Wellington.