O
Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban)
assinaram nesta sexta-feira, dia 18, a nova Convenção Coletiva de
Trabalho, conquistada após 23 dias de greve. O acordo garante, pelo
décimo ano consecutivo, aumento real de salário para os bancários,
além de valorizar os pisos, melhorar a PLR e trazer outros avanços
econômicos e sociais.
Para a secretária de Finanças do
Sindicato, Suzineide Rodrigues, que representou os bancários de
Pernambuco na cerimônia realizada em São Paulo, a assinatura da
nova Convenção Coletiva é a coroação de uma Campanha Nacional
vitoriosa para os bancários.
“Estamos todos de parabéns
pelos três meses de luta que encaramos e pela greve que foi
considerada uma das mais fortes e longas da história dos bancários.
Quando entramos em greve, a única proposta que tínhamos na mesa
apenas repunha a inflação do período nos salários e mais nada.
Este acordo que estamos assinado agora é uma prova de que quem luta
conquista”, analisa Suzineide.
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Confira as principais conquistas da nova Convenção
Coletiva dos Bancários
Para
o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, coordenador do Comando
Nacional dos Bancários, essa
foi a campanha da ousadia, da mobilização e da unidade da categoria
bancária. “Mas essa campanha não teve apenas vitórias
econômicas. Tivemos importantes avanços na questão da saúde e
condições de trabalho, dos quais dois merecem destaque: a proibição
de as empresas enviarem torpedos aos bancários e a criação do
grupo de trabalho que vai discutir e identificar por que os bancários
estão adoecendo tanto”, disse. Ele destacou ainda a conquista do
vale-cultura, que pela primeira vez faz parte de uma convenção
coletiva de trabalho no Brasil.
A conquista
do vale-cultura também foi
destacada pelo presidente da Fenaban, Murilo Portugal, e pelo
secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do Ministério da
Cultura, Henilton Menezes, que representou a ministra Marta Suplicy
na cerimônia de assinatura. “A ministra queria estar aqui nesse
evento importante para prestigiar a assinatura da primeira convenção
que inclui o vale-cultura para o trabalhador brasileiro. Ela pediu
pra dizer a vocês que a partir de agora ela tem certeza que o
programa deu certo”, afirmou o secretário.
Bancos
públicos – Depois da
assinatura da Convenção Coletiva com a Fenaban, os sindicatos se
reuniram com o Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste para
assinar os acordos específicos dos funcionários. Segundo a
secretária de Finanças do Sindicato, esses acordos, complementares
à Convenção, também trouxeram grandes ganhos para os
bancários.
“No BB, conseguimos garantir a contratação de
mais 3 mil funcionários, melhoramos a pontuação de mérito dos
caixas e conquistamos novas medidas para combater o assédio moral.
Na Caixa, conseguimos manter a PLR social e garantimos o pagamento de
todas as horas extras feitas nas agências com até quinze
empregados, além do compromisso assumido pelo banco de contratar
mais bancários. Já no BNB, os destaques do acordo são a garantia
de revisão do PCR, a manutenção da PLR social e a contratação de
mais 850 funcionários”, diz Suzineide.
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Veja as principais conquistas do acordo do Banco
do Brasil, Caixa
e BNB
Durante
a cerimônia com o Banco do Brasil, os sindicatos cobraram que neste
ano a postura da empresa seja diferente em relação ao pós-greve do
ano passado, quando o BB passou meses perseguindo funcionários que
participaram da paralisação.
Já a Caixa aproveitou a
cerimônia de assinatura para anunciar o pagamento dos acertos
retroativos a 1º de setembro ainda na folha deste mês. Já a
primeira parcela da participação nos lucros e resultados será
paga, segundo o banco, até a próxima sexta-feira, dia 25.
Na
reunião com o BNB, os
bancários assinaram o chamado termo de ajuste preliminar, o que
permitiu que o valor referente à diferença das verbas retroativas a
1º de setembro fossem incluídas na folha de pagamento de outubro. O
acordo específico do BNB será assinado nesta segunda-feira, dia 21,
às 16h, no Passaré, em Fortaleza. Na reunião desta sexta, os
sindicatos reivindicaram que o BNB antecipe 70% do valor total da PLR
para que os funcionários tenham uma PLR superior ao do ano passado.
O banco ficou de pensar e dará uma resposta na segunda.