A greve nacional dos
bancários completa 21 dias nesta quarta-feira (9) e já é a mais
longa paralisação da categoria desde 2004, quando os trabalhadores
cruzaram os braços por trinta dias. Além de longa, a greve também
é forte, sendo considerada a maior dos últimos vinte anos em número
de adesões.
Só em Pernambuco, os bancários pararam 518 das
602 agências do estado nesta terça, além dos centros
administrativos. Ao todo, são 10,5 mil bancários parados, o que
representa 90% da categoria em Pernambuco. Em nível nacional, os
bancários fecharam 11.748 agências e centros administrativos em
todos os estados e no Distrito Federal.
Para a presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello, a disposição de luta dos bancários,
mesmo após três semanas de greve, é um exemplo para os demais
trabalhadores do país. “Os bancários estão de parabéns por
manter uma greve forte por tanto tempo. Mesmo a pressão dos bancos
não foi capaz de diminuir o ímpeto dos bancários, que não estão
parados apenas por uma questão salarial. Esta luta também é por
melhores condições de trabalho e por um sistema financeiro mais
justo”, diz.
Jaqueline ressalta que a disposição de luta
dos bancários é tão grande que a assembleia realizada pelo
Sindicato na última segunda-feira, que aprovou a continuidade da
paralisação, teve uma participação maior que a assembleia que
deflagrou a greve. “Cerca de trezentos bancários vieram ao
Sindicato na segunda-feira para dizer um sonoro ‘não’ à proposta de
acordo dos bancos. A greve segue forte e vamos continuar parados até
que nossas reivindicações sejam atendidas”, afirma.
Assim
como em Pernambuco, as assembleias realizadas na segunda-feira em
todo o país rejeitaram a proposta de acordo da Fenaban e aprovaram a
continuidade da greve por tempo indeterminado.
Nesta
terça-feira (8), o Comando Nacional dos Bancários enviou à Fenaban
um comunicado informando a decisão das assembleias. O ofício também
reitera que o Comando “permanece à disposição para continuar
as negociações para a apresentação de uma proposta satisfatória
dos bancos, que atenda de fato às reivindicações econômicas e
sociais da categoria”.
“Esperamos bom-senso dos bancos
para que as negociações sejam retomadas imediatamente. As
instituições financeiras, com seus lucros que beiram os R$ 60
bilhões, têm todas as condições de apresentar uma proposta que
garanta um aumento real de salários digno, uma PLR maior, melhores
condições de trabalho e mais segurança, entre outras demandas
importantes dos bancários”, diz Jaqueline.