O Governo de Pernambuco
sentiu na pele os efeitos da greve dos bancários. Em protesto
realizado nesta terça-feira, dia 8, os trabalhadores pararam a
Agência Teatro Marrocos da Caixa, responsável pelas contas do Estado, e
deixaram a equipe do governador Eduardo Campos em polvorosa.
Segundo a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a unidade
da Caixa cuida de áreas estratégicas do governo e, por isso, os
bancários sofrem enorme pressão para não aderirem à greve. “A
Agência Teatro Marrocos da Caixa é muito grande e lá funciona uma unidade
que atende exclusivamente ao Governo de Pernambuco. Lá, os bancários
são pressionados a não participarem da greve. A agência é tão importante que o
superintendente da Caixa foi pessoalmente no local assim que paramos
a unidade”, conta Jaqueline.
A paralisação começou logo
cedo. Vários carros com malotes de dinheiro e documentos do Governo
do Estado passaram pela agência, mas não puderam entrar por conta da greve. “A agência é responsável, entre
outras coisas, pelo pagamento de fornecedores e pela transferência
de dinheiro para as secretarias do Governo. A paralisação
prejudicou os trabalhos da equipe de Eduardo Campos, que ligava
insistentemente para os gestores da unidade durante o dia todo. Esperamos que isto
ajude a pressionar a Caixa para que as negociações com os bancários
sejam retomadas e para que uma nova proposta de acordo seja
apresentada, contemplando as nossas reivindicações”, ressalta
Jaqueline.
A paralisação da Agência Teatro Marrocos da Caixa foi
uma decisão tomada pelos bancários na assembleia dessa segunda, que rejeitou oficialmente a última
proposta apresentada pelos bancos. A agência foi paralisada durante
todo o dia.
Para a secretária de Bancos Públicos do
Sindicato, Daniella Almeida, a paralisação da Agência Teatro Marrocos da
Caixa fortalece a greve. “Parar esta unidade estratégica foi um
ganho coletivo para a nossa luta. Vale destacar que, até agora, a
Caixa sequer se pronunciou sobre os 232 itens da pauta de
reivindicações específicas”, diz.
Daniella, que é
empregada da Caixa, explica que a unidade que cuida das contas do
Governo do Estado tem cerca de 25 funcionários e que nenhum deles tinha
aderido à greve. “Isso gera revolta entre os colegas que estão na
luta. Mas o que muita gente não sabe é que, dentro desta unidade, a
pressão para furar a greve é muito maior”, conta.
Para
ajudar os colegas da Agência Teatro Marrocos a participarem da greve,
muitos bancários da Caixa se fizerem presentes na unidade. “Teve gente de
diversas unidades da Caixa do Recife e de cidades como Escada, Cabo,
Igarassu, Vitória de Santo Antão, Salgueiro, Camaragibe. Todos
vieram dar apoio aos colegas da Agência Teatro Marrocos”, diz
Daniella.
O bancário Hélio Jorge, da Gifug, foi um deles.
“Se não houver essa consciência coletiva, a gente não chega a
lugar nenhum”, afirmou. Do mesmo departamento que ele, Marconi
Chaves lembrou que a “greve não é do Sindicato, é dos bancários.
Portanto, os bancários tem que estar juntos”.
Da agência
Conde da Boa Vista, Almir Oliveira lembrou as péssimas condições
de trabalho no banco e Camila Moraes, da Gilie, destacou que “quanto
mais gente entrar na greve, mais rápido ela acaba, e com ganhos para
todos”.
A secretária de Comunicação do Sindicato, Anabele
Silva, convocou os bancários para participarem, também, das
atividades de protesto da greve. “A gente pede ao bancário que
ligue, se informe do local das atividades e se junte a nós”. O
telefone do Sindicato é 3316-4233.
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Ouça reportagem sobre o ato na Caixa na Rádio dos Bancários