Greve forte arranca nova proposta da Fenaban, mas ela ainda é insuficiente

Depois de dezesseis
dias de greve, os bancos finalmente romperam o silêncio e chamaram
os bancários para retomar as negociações, que estavam paradas há
um mês. Em reunião realizada nesta sexta-feira, dia 4, em São
Paulo, a Fenaban apresentou uma nova proposta, que eleva de 6,1% para
7,1% o índice de reajuste sobre os salários (aumento real de 0,97%)
e para 7,5% sobre o piso salarial (ganho real de 1,34%). A proposta
mantém as regras da PLR do ano passado.

Para a presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello, a nova proposta da Fenaban avançou, mas
ainda não é suficiente para fechar um acordo. “O ganho real é
pequeno, a valorização do piso é pífia e não contempla outras
reivindicações, como a proteção ao emprego, o combate à insegurança e às metas abusivas, igualdade de oportunidades…”, explica
Jaqueline, que representa Pernambuco no Comando Nacional dos
Bancários, responsável pelas negociações com os bancos.

A
orientação do Sindicato é para que a proposta seja rejeitada na
assembleia que será realizada nesta segunda-feira, dia 7, às 18h,
na sede da entidade (Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista). “É
importante que todos os bancários participem da assembleia para
discutirmos a proposta e para rejeitá-la. Também vamos discutir
como conduzir a greve nos próximos dias. Precisamos ampliá-la ainda
mais para continuar pressionando os bancos e para arrancar uma nova
proposta que contemple as nossas reivindicações”, destaca
Jaqueline, lembrando que as negociações específicas com os bancos públicos continuam paradas.

Os bancários estão em greve desde o dia 19 de
setembro. A paralisação da categoria já é considerada a maior dos
últimos vinte anos. Em Pernambuco são mais de 10,5 mil bancários
parados (90% da categoria no Estado), com 518 das 602 agências
fechadas. Os centros administrativos dos bancos também estão em
greve.

CONFIRA A NOVA PROPOSTA DA FENABAN

Reajuste
7,1%
sobre os salários (aumento real de 0,97%)

Pisos
Reajuste
de 7,5% (ganho real de 1,34%)
– Piso de portaria após 90 dias: R$
1.138,38
– Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.632,93

Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.209,01 (que inclui R$ 391,13 de
gratificação de caixa e R$ 184,95 de outras verbas)

PLR
90%
do salário mais valor fixo de R$ 1.694,00 (reajuste de 10%),
limitado a R$ 9.011,76

PLR parcela
adicional

2% do
lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$ 3.388,00 (10%
de reajuste)

Cesta-alimentação
De
R$ 367,92 para R$ 394,04 (mesmo valor da 13ª
cesta)

Auxílio-creche/babá
De
R$ 306,21 para R$ 327,95 (para filhos até 71 meses). E de R$ 261,95
para R$ 280,55

Adiantamento
emergencial

Não devolução do adiantamento emergencial
de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são
considerados inaptos pelo médico do trabalho em caso de recurso
administrativo não aceito pelo INSS

Prevenção de
conflitos no ambiente de trabalho
Redução do prazo de
60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas
pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para
discutir aprimoramento do programa

Adoecimento
de bancários
Constituição de grupo de trabalho, com
nível político e técnico, para analisar as causas dos
afastamentos

Inovações tecnológicas
Realização,
em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da
Tecnologia no Cenário Bancário Mundial

AS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS

Reajuste salarial 
11,93% (5% de aumento real mais inflação projetada de 6,6%)

PLR

Três salários mais R$ 5.553,15

Piso
R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese)

Auxílios-alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá
R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional)

Melhores condições de trabalho
Fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários

Emprego
Fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas

Carreira
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários em todos os bancos

Auxílio-educação
Pagamento para graduação e pós-graduação

Prevenção contra assaltos e sequestros
Fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários

Igualdade de oportunidades
Contratação de pelo menos 20% de negros e negras 

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