A greve nacional dos
bancários completa quinze dias nesta quinta-feira (3) e, apesar da
força da paralisação, os bancos seguem em silêncio e se negam a
retomar as negociações que estão paradas desde o dia 5 de
setembro. Diante da intransigência dos bancos, a greve continua
crescendo e já é considerada a maior paralisação feita pelos
bancários nos últimos vinte anos.
Só em Pernambuco, mais
de 10,5 mil bancários estão parados, número que representa 90% da
categoria no Estado. Ao todo, 518 das 602 agências de Pernambuco
estão fechadas. Os centros administrativos dos bancos também estão
em greve. No Brasil, foram fechadas 11.156 agências e centros
administrativos em todos os estados da federação nesta
quarta-feira.
Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello,
os bancários precisam se manter firmes na greve para continuar
pressionando os bancos e garantir a retomada das negociações. No
início da noite desta quarta-feira, Jaqueline viajou para São
Paulo, onde participa, nesta quinta, da reunião do Comando Nacional
dos Bancários, que vai avaliar essas duas semanas de greve e
discutir formas de ampliar a mobilização.
Enquanto isso, no
Recife, os bancários se reúnem em nova assembleia, nesta quinta, às
18h, para discutir os rumos da greve em Pernambuco. O encontro será
realizado na sede do Sindicato (Av. Manoel Borba, 564, Boa
Vista).
Segundo Jaqueline, os grandes bancos que atuam no
Brasil estão emperrando as negociações com os bancários,
sobretudo as instituições financeiras privadas. “Por isso,
decidimos ampliar a pressão sobre esses bancos e, durante toda essa
semana, estamos realizando protestos contra o Bradesco, Santander e
Itaú”, conta Jaqueline. (Leia sobre os protestos aqui,
aqui
e aqui).
Para
ela, é um absurdo que os bancos tenham deixado a greve chegar no seu
15º dia sem que o diálogo com os bancários fosse retomado. “Só
os seis maiores bancos lucraram cerca de R$ 60 bilhões nos últimos
12 meses. Esse valor é quase dez vezes maior que o montante total
que o Brasil gastou para a construção e reforma dos doze estádios
que receberão a Copa do Mundo no ano que vem (R$ 7 bilhões). É
quase o valor que o Brasil está investindo este ano em educação
(R$ 81,2 bilhões) saúde (R$ 99,2 bilhões). E o pior é que os
bancos não fazem nada pela sociedade, só exploram clientes e
bancários sem qualquer responsabilidade social. Por isso estamos
recebendo muitos apoios dos clientes nesta greve”, destaca
Jaqueline.
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