Bancários completam uma semana de greve e protestam nesta quarta-feira

A
greve dos bancários completa uma semana nesta quarta-feira, dia 25,
e continua crescendo em Pernambuco. Ao todo, mais de 10 mil bancários
estão parados na capital e no interior, número que representa 86%
dos 12 mil trabalhadores que atuam no estado.

Para ampliar
ainda mais a mobilização e chamar a atenção da população para a
greve, os bancários realizam um protesto no final da tarde desta quarta no Parque Amorim. A concentração está marcada para 15h,
na sede do Sindicato (Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista), de onde os
grevistas partem em caminhada.

Segundo a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a intenção dos bancários
é realizar um bandeiraço durante a caminhada e, principalmente no Parque Amorim, para denunciar que a
greve é culpa dos bancos. “Passamos um mês e meio negociando com
os bancos, mas nenhuma reivindicação
foi atendida. Tentamos
entrar num acordo de forma dialogada, mas a Fenaban (federação dos
bancos) encerrou as negociações, apesar dos lucros bilionários que
as empresas tiveram
nos primeiros seis meses deste ano”, comenta.

Jaqueline
cita que, segundo o Dieese,
85% dos trabalhadores que já encerraram suas campanhas salariais
este ano tiveram aumento real. “E os bancos, que formam o setor
mais lucrativo da economia brasileira, nos ofereceram
apenas a reposição da inflação. Não aceitamos e vamos continuar
em greve até que as nossas reivindicações sejam atendidas”,
afirma.

O bandeiraço precedido da caminhada desta quarta-feira é
o segundo ato promovido
pelos bancários de Pernambuco durante a greve. O primeiro foi
realizado na sexta-feira passada, dia 20, quando os grevistas
protestaram, na avenida Conde da Boa Vista, para denunciar a ganância
dos banqueiros e buscar a solidariedade da população. O ato contou
com o apoio e a participação do deputado federal Fernando Ferro
(PT-PE) e do presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas (leia
aqui).

Greve
continua crescendo –
Os
bancários encerraram esta terça-feira, dia 24, com mais de 84% das
agências fechadas em Pernambuco, além de todos os prédios
administrativos de bancos públicos e privados. Ao todo, 507 das 602
agências que funcionam no estado aderiram à greve. Nos bancos
públicos, a paralisação atingiu 95% das agências (271 das 285),
enquanto nos privados a greve parou 74,4% das unidades (238 das
317).

“Os bancários estão de parabéns pela greve, que já
é uma das maiores dos últimos anos. Sabemos que os bancos estão
pressionando seus funcionários, mas os bancários estão resistindo
bravamente. Nossa intenção é ampliar ainda mais a paralisação,
já que a Fenaban até agora não deu nem sinal de que pretende
retomar as negociações, paradas há exatos vinte dias.
Infelizmente, só uma greve forte é capaz de quebrar esta
intransigência dos bancos”, finaliza Jaqueline.

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Ouça reportagem sobre o sexto dia de greve na Rádio dos Bancários


Nova
assembleia –
O Sindicato
realiza nova assembleia com os bancários para discutir os rumos da
greve na próxima quinta-feira, dia 26, às 17h, na sede do
Sindicato. Entre as principais reivindicações dos bancários
para a Campanha deste ano está o reajuste salarial de 11,93% (5% de
aumento real mais inflação projetada de 6,6%). Os trabalhadores
também querem uma PLR (participação nos lucros e resultados) de
três salários mais R$ 5.553,15; piso de R$ 2.860,21 (equivalente ao
salário mínimo do Dieese); auxílios-alimentação, refeição, 13ª
cesta e auxílio-creche/babá de R$ 678 ao mês para cada (salário
mínimo nacional).

Ainda faz parte da pauta dos bancários
melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do
assédio moral; mais contratações e o fim das demissões para
melhorar o atendimento; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS)
em todos os bancos; auxílio-educação para graduação e
pós-graduação; mais segurança; e igualdade de oportunidades com a
contratação de pelo menos 20% de negros e negras.

Depois de
quatro rodadas de negociações, os bancos apresentaram uma proposta
que prevê reajuste de 6,1% (previsão da inflação pelo INPC) sobre
salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição,
cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc); PLR de 90% do
salário mais valor fixo de R$ 1.633,94; e parcela adicional da PLR
de 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários. A
proposta da Fenaban não atende a nenhuma reivindicação dos
bancários e foi recusada em assembleias realizadas pelos sindicatos
em todo o país.  

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