O
final de semana não tirou o ânimo dos bancários, que engrossaram
ainda mais a greve nesta segunda-feira, dia 23, com a paralisação
de 455 das 602 agências da capital e do interior de Pernambuco, além
de todos os prédios administrativos de bancos públicos e privados.
Ao todo, mais de 80% dos 12 mil bancários pernambucanos estão
parados neste quinto dia de greve nacional (veja os números no final
da matéria).
“Conseguimos ampliar bastante a greve nos
bancos privados, com a paralisação de 60% das agências bancárias
que funcionam em Pernambuco. Nos bancos públicos, a greve atinge
mais de 93% das agências. A Caixa, por exemplo, não tem nenhuma
unidade aberta em toda Região Metropolitana do Recife. E a ideia é
ampliar ainda mais o movimento nos próximos dias, para aumentar a
pressão sobre os bancos e garantir o atendimento das nossas
reivindicações”, explica a presidenta do Sindicato, Jaqueline
Mello.
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Manifestação – Para esquentar ainda mais a greve e ampliar o diálogo
com a população, o Sindicato está programando um ato público para
esta quarta-feira, dia 25. “Vamos realizar uma caminhada e um
bandeiraço para chamar a atenção para a greve. A concentração
será na sede do Sindicato, na Avenida Manoel Borba, de onde
partiremos às 15h30, em direção ao Parque Amorim. Vamos dialogar
com a população e explicar que a greve é culpa dos bancos.
Tentamos um acordo de forma dialogada, em mais de um mês e meio de
negociações, mas os bancos não atenderam uma reivindicação
sequer dos bancários. A greve é o nosso último instrumento e só
lançamos mão porque os bancos disseram que não avançarão nas
negociações, que estão paradas desde o dia 5 de setembro”, diz
Jaqueline.
Entre as principais reivindicações dos bancários
para a Campanha deste ano está o reajuste salarial de 11,93% (5% de
aumento real mais inflação projetada de 6,6%). Os trabalhadores
também querem uma PLR (participação nos lucros e resultados) de
três salários mais R$ 5.553,15; piso de R$ 2.860,21 (equivalente ao
salário mínimo do Dieese); auxílios-alimentação, refeição, 13ª
cesta e auxílio-creche/babá de R$ 678 ao mês para cada (salário
mínimo nacional); melhores condições de trabalho com o fim das
metas abusivas e do assédio moral; mais contratações e o fim das
demissões para melhorar o atendimento; Plano de Cargos, Carreiras e
Salários (PCCS) em todos os bancos; auxílio-educação para
graduação e pós-graduação; mais segurança; e igualdade de
oportunidades com a contratação de pelo menos 20% de negros e
negras.
Depois de quatro rodadas de negociações, os bancos
apresentaram uma proposta que prevê reajuste de 6,1% (previsão da
inflação pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas
salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação,
auxílio-creche/babá etc); PLR de 90% do salário mais valor fixo de
R$ 1.633,94; e parcela adicional da PLR de 2% do lucro líquido
dividido linearmente a todos os bancários. A proposta da Fenaban não
atende a nenhuma reivindicação dos bancários e foi recusada em
assembleias realizadas pelos sindicatos em todo o país.
Nova
assembleia – O Sindicato realiza nova assembleia com os
bancários para discutir os rumos da greve na próxima quinta-feira,
dia 26, às 17h, na sede do Sindicato.