Bancários fazem ato público para denunciar a ganância dos banqueiros

Um
ato público para denunciar a ganância dos banqueiros e buscar a
solidariedade da população marcou o segundo dia de greve dos
bancários de Pernambuco. Em frente à agência Veneza do Santander,
os bancários chamaram a atenção da sociedade para greve como único
instrumento de pressão sobre os banqueiros, que se recusam a atender
as reivindicações da categoria e melhorar as condições de
atendimento nas agências.

O presidente da CUT Nacional,
Vagner Freitas, que é bancário do Bradesco e presidiu a Contraf-CUT
por duas gestões, aproveitou sua estada no Recife, para as
celebrações dos 30 da CUT em Pernambuco, para prestigiar o ato. No
discurso e em entrevista à Rádio Bancários (clique aqui para
ouvir) chamou a atenção para o “absurdo” da lucratividade do
setor financeiro, em contraposição a uma proposta que nem ao menos
repõe o poder de compra corroído pela inflação do período.

“O
banqueiro é o parasita da sociedade. O setor financeiro é o que
mais lucra no Brasil, e sequer oferece aos bancários a reposição
da inflação. Não discute condições de trabalho, não discute
metas abusivas, o adoecimento da categoria pela sobrecarga de
trabalho. No Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, o ritmo
de trabalho é alucinante. O Plano de Cargos e Salários está
paralisado. Tem-se uma diferenciação muito grande de contratos
dentro dos bancos públicos. Então, a greve é um instrumento que os
bancários têm que utilizar para quebrar essa intransigência”,
pontuou.

Na mesma linha, o deputado federal Fernando Ferro
(PT-PE) externou seu apoio à greve: “Os bancários desempenham
papel fundamental na sociedade, exatamente por lidar com o mundo das
finanças. Ao lado dos lucros permanentes e crescentes dos bancos,
(os bancários) têm negados direitos de reajuste e condições de
trabalho. Então, não há outro caminho que não seja o
enfrentamento pela greve. E o Sindicato está cumprindo seu papel
histórico de organizar e mobilizar a categoria”,
afirmou.

Suzineide Rodrigues, secretária de Finanças do
Sindicato, explicou os motivos da greve e do ato: “É
importante lembrar que nossa greve é também por melhores condições
de atendimento ao cliente. É por salário também, pois os bancos
lucram às custas do nosso trabalho e do bolso de cada cliente, e se
recusam a repartir um mínimo de seus ganhos. Por isso, estamos aqui
para mostrar as razões do nosso movimento, que é justo, e pedir a
solidariedade da população”, disse.

Vagner Freitas
considera estratégico explicitar à sociedade as contradições dos
banqueiros: “É importante jogar a opinião pública contra os
banqueiros. As tarifas são abusivas, não há segurança bancária e
os bancos continuam sendo, no Procon, um dos mais denunciados pelos
maus serviços prestados. A greve dos bancários é por melhores
condições de trabalho, mas também é uma greve da sociedade por
melhor atendimento”, afirmou. 

Apoio dos clientes –
No
que depender de Carlos Augusto, cliente da Caixa Rua da Hora e do
Itaú Piedade, a greve está justificada: “Mais do que nunca, todo
apoio à greve dos bancários. Nunca se viu um lucro tão
estratosférico dos bancos, e isso não é repassado para quem de
fato toca o banco, que são os funcionários. Então, eu acho que a
população deve apoiar essa greve, porque é legítima.”

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