Negociações específicas com BB, Caixa e BNB não avançam

As
negociações específicas da Campanha Nacional dos Bancários com os
bancos públicos encerraram esta semana sem nenhum avanço. Nas
reuniões realizadas nesta quinta-feira, dia 29, com as diretorias do
Banco do Brasil e da Caixa, os sindicatos saíram frustrados e
prontos para ampliar ainda mais a mobilização dos bancários. A
reunião de segunda-feira, dia 26, com o Banco do Nordeste do Brasil
(BNB) também não avançou.

Para a presidenta do Sindicato,
Jaqueline Mello, os bancários precisam aumentar a pressão sobre os
bancos para garantir que as negociações sejam mais produtivas. “Até
agora, não houve qualquer avanço nas negociações gerais dos
bancários com a Fenaban e nem nas específicas com os bancos
públicos. Agora, é hora de ampliar a nossa mobilização para
pressionar as instituições financeiras e até para nos preparar
para uma greve, caso ela seja necessária”, afirma
Jaqueline.

Banco do Brasil – Os negociadores do Banco
do Brasil não se posicionaram em relação às reivindicações
apresentadas pelos dirigentes sindicais na terceira rodada de
negociação específica da Campanha Nacional 2013. O banco não
respondeu à proposta dos empregados de aumentar o percentual dos
interstícios de 3% para 6% no Plano de Carreira e Remuneração
(PCR) e nem sobre as reivindicações de adotar o piso do Dieese (R$
2.860) para o A-1, que é o primeiro nível da carreira, ou de
aumentar o valor do mérito inicial, M-1, dos atuais R$ 104,76 para
R$ 217,18.

Os sindicatos também cobraram solução para os
comissionados que se afastam por mais de 90 dias e ao retornar passam
à função de escriturário. Para essa questão o banco sinalizou
que pode criar um programa de reintegração para que os
comissionados possam ser reconduzidos a seu cargo quando retorna a
seu local de trabalho.

“Já faz um mês que o BB está com a
nossa pauta de reivindicações e até agora não há qualquer
proposta para as demandas apresentadas. Nas negociações gerais, a
Fenaban se comprometeu a apresentar proposta global na próxima
quinta-feira, dia 5 de setembro. Então, cobramos do BB que também
apresente uma proposta urgente para as nossas reivindicações
específicas”, explica o secretário-geral do Sindicato, Fabiano
Félix.

Caixa – A Caixa Econômica Federal não
apresentou nesta quinta-feira qualquer contraproposta para solucionar
as demandas sobre a contratação de pessoal, carreira e isonomia de
direitos entre novos e antigos empregados, na terceira rodada de
negociação da pauta específica da Campanha 2013. Durante a
reunião, os sindicatos voltaram a atacar a inauguração de novas
unidades com número insuficiente de trabalhadores. Os negociadores
pela Caixa afirmaram que, por determinação do Dest (Departamento de
Coordenação e Governança das Empresas Estatais), a ampliação do
quadro está atrelada à abertura de novas unidades.

Os
representantes do banco acrescentaram que também por impedimento do
Dest não tem como atender reivindicações de isonomia para
empregados que entraram na empresa após 1998 e que se referem à
licença-prêmio (que corresponde ao trabalhador ter direito a abonar
18 dias no ano) e o ATS (Adicional por Tempo de Serviço). A Caixa
afirmou, ainda, que por impedimento do Dest também não tem como
valorizar o Plano de Funções Gratificadas e nem resolver a questão
dos avaliadores de penhor.

Para a secretária de Bancos
Públicos do Sindicato, Daniella Almeida, é muito fácil para a
diretoria da Caixa culpar o Dest por todas as reivindicações não
atendidas. “Não vamos aceitar essas desculpas esfarrapadas da
Caixa. Na próxima terça-feira, dia 3, temos mais uma rodada de
negociações para debater as reivindicações sobre a Funcef,
jornada e Sistema de Ponto Eletrônico. Esperamos mais seriedade do
banco na próxima reunião”, diz Daniella.

Banco do
Nordeste –
Depois de dois dias de negociação, na sexta-feira
(23) e segunda-feira (26), o Banco do Nordeste do Brasil não
apresentou avanços significativos para os funcionários. Os
sindicatos defenderam as reivindicações aprovadas no Congresso
Nacional dos Funcionários do BNB e debateu especialmente saúde e
previdência, segurança, condições de trabalho, emprego e
remuneração.

O BNB apenas escutou a representação dos
funcionários, não registrando avanços nas negociações. O banco
apenas se posicionou sobre a questão da segurança ao apresentar um
relatório onde mostra que está cumprindo as determinações legais.
“Mas existem falhas na segurança que o banco não está levando
em consideração. Por isso solicitamos a instalação de uma mesa
temática de segurança para debater o assunto”, diz o diretor do
Sindicato, Fernando Batata.

Os dirigentes sindicais também
reivindicaram mais contratações e o fim do processo de
terceirização. Até 2016, o BNB está autorizado a ampliar seu
quadro funcional para 7.150 trabalhadores. Porém, a representação
dos bancários alertou que, diante da crescente demanda nas agências,
esse número deveria subir para 10 mil ou 12 mil, no mínimo. Como
resposta, a direção do BNB informou apenas que deve convocar em
breve 20 engenheiros (civil e mecânico), além das convocações
para compor o quadro de 7.150 funcionários até 2016.

“Esperamos
avanços na próxima rodada de negociações, que ainda não foi
agendada. Principalmente nas reivindicações sobre a revisão do
PCR. Na reunião de segunda-feira, o BNB afirmou que tem interesse em
revisar o PCR e deve ampliar no número de níveis. Este é um ponto
vital para os funcionários”, finaliza Batata.

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