Negociações não avançam, mas bancos prometem apresentar proposta para os bancários no dia 5

Os bancos mais uma vez se abstiveram de
apresentar qualquer proposta ao Comando Nacional dos Bancários nesta
terça-feira 27, em São Paulo, no encerramento da terceira rodada de negociações
da Campanha 2013, dedicada ao tema remuneração. Mas anunciaram que apresentarão
uma “proposta global” para as reivindicações dos bancários na próxima
rodada de negociações, no dia 5 de setembro, às 14h.
 

Para a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, agora é hora
de manter a mobilização forte para arrancar dos bancos uma proposta que
contemple as reivindicações dos bancários. “Estamos preparados para o embate com os bancos, inclusive para encarar
uma greve se for necessário. Mas esperamos bom senso dos bancos para
resolvermos os impasses da Campanha na mesa de negociações”, diz Suzineide, que
representou os bancários de Pernambuco na terceira rodada de negociações.

 “Queremos que na próxima
negociação os bancos tragam propostas sobre os três blocos de negociação, com
soluções para as questões de saúde, condições de trabalho, segurança, emprego,
igualdade de oportunidades e remuneração”, afirma Carlos Cordeiro, presidente
da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

No segundo dia de negociação sobre remuneração, o Comando e a Fenaban
discutiram nesta terça-feira PLR e os auxílios refeição, creche,
cesta-alimentação e educacional, dentre outras demandas.


PLR – A reivindicação dos
bancários é de PLR equivalente a três salários mais valor fixo de R$ 5.553,12 e
que não pode ser
 compensado
nos planos próprios de remuneração variável.

O Comando argumentou que a cada ano diminui a
massa salarial dos bancários e, como há falta de transparência nos balanços dos
bancos, a categoria quer mudar a regra de forma a torná-la mais simples e fácil
de compreensão.
 

Os dirigentes sindicais frisaram que os bancários
querem maior percentual de distribuição da PLR, mais próximo do tamanho do
lucro das empresas, e elevação dos tetos que limitam os valores a serem
distribuídos. E cobraram dos bancos uma discussão séria sobre os PDDs, as
provisões para devedores duvidosos, cujos montantes os bancos vêm aumentando
sem justificativa técnica, o que diminui a PLR. Com essas provisões, só os
trabalhadores perdem.

Os representantes dos bancos descartaram a
possibilidade de mudança de regra da PLR durante esta campanha nacional.
 


Auxílios-refeição, cesta-alimentação e
creche/babá
 – A reivindicação dos
bancários é aumentar os auxílios-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e
auxílio creche/babá para R$ 678,00, equivalente ao salário mínimo nacional.

Os representantes da Fenaban afirmaram que nos
últimos anos reajustaram os auxílios acima da inflação e descartaram a elevação
dos valores como querem os trabalhadores.
 

“Cobramos também a manutenção da
cesta-alimentação para os afastados por doença ou acidente de trabalho até a
alta do INSS e do médico do trabalho”, destaca Cordeiro. Hoje, o pagamento
ocorre até 180 dias de afastamento. “É inaceitável que os bancos
economizem sobre bancários que adoeceram no trabalho”, salienta.

Os negociadores da Fenaban ficaram de discutir o
tema com os bancos.


Gratificação semestral –Os bancários reivindicam o pagamento de uma gratificação semestral de
1,5 salário para todos os trabalhadores nos meses de janeiro e julho. Alguns
estados (RS, BA, PB e SE) e bancos em outros estados já pagam essa verba
salarial há muitos anos, no valor de um salário.

A Fenaban, porém, negou a reivindicação, afirmando
não haver sentido existir simultaneamente PLR e gratificação semestral,
deixando claro que quer acabar com essa verba. Os dirigentes sindicais
rebateram, dizendo que se trata de uma forma de valorização do trabalho dos
bancários.
 


Auxílio educacional – O Comando reivindicou o pagamento de um auxílio educacional por todos os
bancos, para empregados que estejam cursando ensino médio, graduação e
pós-graduação. Várias instituições já concedem bolsas de estudo.

Os representantes da Fenaban negaram, alegando que
o assunto deve ser discutido banco a banco. Os dirigentes sindicais insistiram
na concessão do auxílio, pois significa qualificação da mão de obra,
favorecendo bancários e bancos.


Parcelamento de adiantamento de férias – O que os bancários reivindicam é que, por ocasião das férias, a
devolução do adiantamento feito pelo banco seja efetuada em até dez parcelas
iguais e sucessivas, a partir do mês subsequente ao do crédito, sem acréscimo
de juros ou correção de qualquer espécie. Vários bancos já efetuam parcelamentos.

Os negociadores da Fenaban vão levar a demanda aos
bancos.


Previdência complementar – Os bancários reivindicam que todos os bancos instituam e patrocinem
planos de previdência complementar fechados para todos os trabalhadores, com o
objetivo de garantir a complementação de aposentadoria e pensão por morte e
invalidez. Vários bancos já são patrocinadores de fundos para os seus
funcionários.

Os representantes dos banqueiros, no entanto,
disseram que esse é um tema para discussão banco a banco, como acontece com os
planos de saúde, não sendo pauta da Convenção Coletiva.
 

Expediente:
Presidente: Fabiano Moura • Secretária de Comunicação: Sandra Trajano  Jornalista ResponsávelBeatriz Albuquerque • Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto • Produção de audiovisual: Kevin Miguel •  Designer Bruno Lombardi