O Comando Nacional dos Bancários realiza nesta sexta-feira, dia 23, às 10h, em São Paulo, a segunda rodada das negociações específicas com a direção do Banco do Brasil. Em debate, as reivindicações de saúde, previdência, segurança, condições de trabalho e igualdade de oportunidades.
O secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, desataca que os bancários esperam avanços nesta segunda rodada de negociações. “A primeira reunião com o banco foi uma tragédia. O BB não atendeu uma reivindicação sequer. Esperamos mais seriedade neste segundo encontro”, comenta.
Preservação da saúde – O adoecimento por más condições de trabalho, pelos abusos nas cobranças de metas e pelo assédio moral é um grande problema enfrentado pelos bancários do BB. “Queremos resolver essa questão de uma vez por todas para que nenhum bancário perca salário e ou função quando estiver afastado para tratamento médico”, diz William Mendes, diretor de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.
Outra coisa que os funcionários esperam solução é sobre o plano odontológico. Hoje ele é um plano tão limitado que os bancários não conseguem utilizá-los. “Além disso, queremos incluir no plano todos os aposentados”, avisa o coordenador da Comissão de Empresa.
Metas abusivas e ao assédio moral – Assim como a categoria bancária está cobrando fortemente na Fenaban o aprofundamento de medidas de combate ao assédio moral nas cobranças de metas, o funcionalismo que incluir no aditivo do BB a proibição de cobranças de metas via dezenas de sms, emails e telefones diários, inclusive fora da jornada de trabalho do bancário.
“Além disso, queremos o fim da cobrança de metas individuais e diárias e que o banco retire as metas individuais da nova GDP. Essa violência nas cobranças é um dos maiores males do dia a dia do bancário”, critica William.
Mais contratações – A cobrança por aumento nas dotações das unidades é uma reivindicação tanto dos administradores quanto dos bancários e dos concursados. Em vez disso, o BB está diminuindo o quadro de funcionários com programas de incentivo ao afastamento e não substituição de aposentados.
“Queremos a contratação urgente de cinco mil bancários e a chamada de todos os aprovados nos últimos concursos”, reivindica o diretor da Contraf-CUT.
Ascensão profissional – Outro tema fundamental para acabar com as injustiças e apadrinhamentos nos locais de trabalho é o estabelecimento de processos de seleção interna com regras claras, objetivas e transparentes, além de melhorias na cláusula contra descomissionamento.
“O BB é a única empresa onde a carreira tem regressão, porque os funcionários são descomissionados e têm redução salarial quando são transferidos para unidades com salários menores, como punição por não cumprirem metas impossíveis. Isso acontece inclusive com os primeiros gestores”, critica William.
PSO/Caixas – A busca de soluções para os graves problemas de trabalho nas Plataformas de Suporte Operacional (PSO), que executam o atendimento de caixas das agências, é mais uma cláusula importante da pauta de reivindicações específicas.
Para o Comando Nacional, a primeira questão básica é avançar na carreira de mérito, ou seja, buscar que os caixas pontuem um ponto por dia e que a pontuação retroaja no histórico funcional. “E também queremos a nomeação de todos os caixas e o aumento da dotação”, acrescenta o dirigente.
Volta do pagamento das substituições – Uma das questões que precisam avançar no banco é a volta do pagamento da substituição, pois além de acabar com os desvios de função ela tem caráter formativo e seria fundamental para resolver questões como, por exemplo, no setor dos gerentes de serviço das PSO, que têm um grande acúmulo de tarefas e quando estão ausentes, os caixas e escriturários realizam os serviços nas PSO sem receber pela responsabilidade.
“Também nos casos de afastamentos para tratamento de saúde defendemos que os bancários não devem perder sua função e dotação. E sim permitir que os gestores tivessem substitutos remunerados para os afastados de suas unidades durante esse período”, conclui William.
A terceira rodada de negociação das reivindicações específicas do BB estão marcadas para a quinta-feira 29, em Brasília, para discutir remuneração, carreira e demais questões econômicas.