Segunda rodada de negociações entre bancários e bancos discute emprego nesta quinta

A
segunda rodada de negociação da Campanha 2013 entre o Comando
Nacional dos Bancários e a Fenaban começa
nesta
quinta-feira, dia
15,
a partir das 10h, em São Paulo. Os debates, que
vão focar as reivindicações acerca de emprego,
continuarão na manhã desta sexta (16), quando também serão
discutidas as demandas de igualdade de oportunidades.

Estarão
em discussão as propostas dos bancários, que incluem a proibição
das demissões imotivadas, o fim da rotatividade, mais contratações,
combate às terceirizações, ampliação do horário de atendimento
para das 9h às 17h com dois turnos de trabalho e tempo máximo de
permanência nas filas, dentre outras.

A
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, destaca que a os temas
debatidos nas duas reuniões desta semana estão entre as prioridades
da Campanha Nacional 2013. “O sistema financeiro nacional tem se
destacado quando o assunto é a rotatividade no emprego. De tempos em
tempos, os bancos demitem os bancários que ganham melhores salários
e contratam outros com ganhos menores. Isso tem achatado os
vencimentos dos bancários e diluído o aumento real nos salários
conquistados com muita luta nas últimas campanhas. É
por isso que as nossas reivindicações sobre emprego terão um peso
muito grande este
ano”, explica Jaqueline, que representa Pernambuco no Comando
Nacional dos Bancários, responsável pelas negociações com os
bancos.

“Vamos
cobrar o atendimento das propostas de emprego da categoria, pois é
inaceitável que o sistema financeiro, que aufere lucros
astronômicos, continue demitindo e cortando postos de trabalho, com
exceção da Caixa e alguns bancos públicos. A criação de empregos
precisa ser encarada pelos bancos como forma de melhorar as condições
de trabalho e uma contrapartida social para garantir um atendimento
de qualidade para a população e contribuir para transformar
crescimento econômico em desenvolvimento”, afirma Carlos
Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando
Nacional.

Bancos
cortam empregos, apesar dos lucros bilionários

Somente
nos últimos 12 meses o Itaú, o Santander, o Bradesco e o BB
cortaram 10.530 empregos. Entre os meses de junho de 2012 e de 2013,
o Itaú eliminou 4.458 vagas. No mesmo período, o Santander cortou
3.216 postos; o Bradesco, 2.580; e o BB, 276. No primeiro semestre
deste ano, eles obtiveram lucros gigantescos de R$ 26 bilhões.

A
Caixa ainda não publicou o balanço do primeiro semestre, mas entre
março de 2012 e março de 2013 contratou 7.423, bem diferente dos
outros quatro grandes bancos. O HSBC também não divulgou os números
dos primeiros seis meses deste ano.

Além
da redução de postos de trabalho, os bancos demitiram milhares de
funcionários, dentro da política de rotatividade, substituindo
trabalhadores com salários maiores por outros com remunerações
mais baixas. As instituições ainda mantêm empregados em desvio de
função, numa lógica perversa de diminuir custos para turbinar os
lucros. 

Terceirização
precariza relações de trabalho

A
terceirização é outra estratégia dos bancos para redução dos
custos. Eles transferem parte de suas atividades, que eram
remuneradas de acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho dos
bancários, para outras empresas, tendo como objetivo reduzir
despesas de pessoal. 

Os
trabalhadores terceirizados recebem um quarto do salário dos
bancários, não dispõem dos mesmos direitos, trabalham em condições
degradantes, cumprem metas elevadas, sofrem pressão e assédio moral
e têm jornadas extenuantes. Além disso, não se sentem enquanto uma
categoria profissional.

Como
se não bastasse, os bancos têm ampliado os correspondentes, onde
não há bancários nem vigilantes, precarizando o atendimento aos
clientes e à população. O número disparou nos últimos anos,
sobretudo, nas grandes cidades. Já o total de agências e postos de
atendimento está quase estagnado.

E
os bancos estão na linha de frente da pressão dos empresários para
a aprovação do PL 4330 na Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania (CCJC) na Câmara dos Deputados, buscando terceirizar
também caixas e gerentes. 

“Queremos
trabalho decente, a prevalência dos direitos humanos e uma nova
ordem social pautada pelos princípios de justiça social e
valorização do trabalho”, salienta a resolução aprovada na
segunda-feira (12) pela Executiva da Contraf-CUT.

Melhores
condições de trabalho

O
Comando Nacional vai cobrar também uma resposta dos bancos para as
reivindicações sobre saúde do trabalhador e segurança bancária
que foram discutidas na primeira rodada de negociação da Campanha
2013, ocorrida nos últimos dias 8 e 9, na capital paulista. 

“As
propostas de melhoria das condições de trabalho são prioritárias
na campanha deste ano e não será possível firmar acordo se não
houver avanços e uma solução para o problema das metas abusivas”,
reafirma Carlos Cordeiro. “Esperamos uma posição dos bancos”,
ressalta.

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