O
Sindicato dos Bancários de Pernambuco e a Contraf-CUT, em conjunto
com outros sindicatos e federações, ocuparam nesta terça-feira,
dia 9, o Anexo IV da Câmara dos Deputados, em Brasília, e visitaram
os gabinetes dos parlamentares, sobretudo os que integram a Comissão
de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), onde pode ser
votado nesta quarta-feira 10 o projeto de lei (PL) 4330 que, se
aprovado, libera por completo a terceirização e precariza o emprego
e os direitos dos trabalhadores no Brasil.
Segundo a
secretária de Comunicação do Sindicato, Anabele Silva, que integra
a comitiva que viajou à Brasília, os bancários fizeram uma grande
mobilização na capital federal. “Tentamos convencer os
parlamentares sobre os problemas do PL 4330. Agora, nesta
quarta-feira, vamos intensificar a mobilização para evitar que a
proposta seja aprovada na Comissão da Câmara”, diz Anabele.
Na
terceira reunião da mesa de negociação quadripartite, formada por
representantes das centrais sindicais, governo, parlamentares e
empresários, também realizada nesta terça, a bancada patronal
(coordenada pelo representante da Fenaban, Magnus Apostólico)
rejeitou as alterações no PL propostas pelas centrais sindicais e
insistiu na votação do projeto de lei 4330 nesta quarta.
As
propostas das centrais sindicais feitas nos debates são: igualdade
de direitos, direito à informação prévia, limites para a
terceirização, responsabilidade solidária entre as empresas e
penalização dos infratores.
Mobilização
– Mais de uma
centena de dirigentes sindicais de 18 Estados atenderam à convocação
da Contraf-CUT e dialogaram com parlamentares e seus assessores nos
gabinetes da Câmara e na sala de reuniões da CCJC. Uma comissão
também se reuniu com o presidente da CCJC, deputado Décio Lima
(PT-SC), mostrando o retrocesso que representa o PL 4330 para a
sociedade brasileira.
Mais delegações de bancários de
vários estados estão sendo esperadas em Brasília para acompanhar
nesta quarta a votação do PL 4330, que significa uma reforma
trabalhista disfarçada, visando tão somente reduzir salários e
conquistas dos trabalhadores e enfraquecer a organização sindical
para aumentar os lucros das empresas.
“Esse projeto nocivo
anda na contramão do desenvolvimento com inclusão social de milhões
de trabalhadores. O Brasil é a sexta maior economia e um dos 12
países com a pior distribuição de renda do mundo. A aprovação da
PL 4330 vai aumentar ainda mais a concentração de renda”,
denuncia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
“Junto
com a mobilização em Brasília, cada bancário e bancária precisa
enviar cartas e mensagens aos parlamentares, mostrando os prejuízos
irreparáveis que esse projeto trará, se aprovado, não somente para
a categoria mas para toda a classe trabalhadora”, salienta
Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da
Contraf-CUT.
A Contraf-CUT também remeteu correspondência a
todos os parlamentares, cobrando o posicionamento de cada deputado e
senador sobre o PL 4330, se favorável ou contrário.
A
intenção é a divulgação de painéis em praças públicas e nos
sites das entidades sindicais, por todo o país, mostrando como
pensa, de que lado está e como vota cada deputado e senador nessa
importante questão para a classe trabalhadora e a sociedade
brasileira.
O mesmo texto enviado aos parlamentares foi
repassado às federações e sindicatos para reproduzirem o mesmo
pedido de posicionamento.